quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mitos

Não os consideraria meus mitos, mas não nego que sinto um certo fascínio por eles. Refiro-me a Marilyn Monroe e John Fitzgerald Kennedy.

Lendo o livro Marilyn e JFK, de François Forestier, editora Objetiva, conheci melhor os bastidores da política americana e suas conexões com o mundo do cinema e do crime.

Soube mais da forma como se constituiu a dinastia dos Kennedy, sob a liderança do patriarca Joseph Kennedy, que não respeitou limites para se tornar rico e ter acesso ao topo da política americana.

O clã que esbanjou charme e poder nos EUA, não constituía propriamente um modelo de família recatada e de estrutura sólida. As incursões de Kennedy junto às mulheres, revelam uma compulsão sexual, algo ansiosa, que não respeitava oportunidade e lugar.

O texto revela um cenário suntuoso onde abundam políticos, estrelas do cinema e do show business, milionários, cafetões e mafiosos movidos pelo poder e pelo dinheiro, vigiados por um sistema de espionagem que alimentava a chantagem e a extorsão, com objetivos políticos e financeiros.

Nesse contexto, a vítima não poderia ser outra: Marilyn. A menina de origem pobre, produto de uma família esfacelada pelo álcool e a loucura, bela e talentosa, despreparada para o sucesso e suas armadilhas.

Os insucessos matrimoniais, a bebida, os estimulantes e os antidepressivos consumidos imoderadamente, devastaram sua personalidade frágil, destruida pelo turbilhão do estrelato.

Joe DiMaggio, que parece nunca ter deixado de amá-la,viu-a migrar, atraida pela auréola do poder e o charme pessoal, para os braços do político promissor, que era então o jovem senador.

De longe, acompanhou sua ruina física e moral até na morte.

A relação dela com Kennedy parece ter sido mais profunda que as incontáveis digressões sexuais passageiras do presidente, tendo seu ápice e epílogo na encenação da atriz no primor erótico do happy birthday presidencial.

Descrito por Forestier, assim: Aqueles sete minutos passam instantaneamente para a história pop do século XX.

A morte trágica de ambos completou a obra, que os entronizou na galeria dos ícones do século passado.

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

Estes seios, a doce, maravilhosa ousadia com que se erguem sob a blusa, terão sido, durante algum tempo, um dos móveis da vida dos Kennedy e de Marilyn. A definir destinos.

O dela, de modo trágico, muito além da compreensão da própria moça.

Espanta ainda hoje a força dramática do mito feminino em Marilyn.

Um simples exercício deixa ver esta verdade: basta comparar os resultados de moçoilas, modelos que hoje ensaiam repetir, macaquear gestos e cenas de Marilyn. Não chegam senão ao cômico de silicone.

Depois foi o próprio JFK a entrar para a eternidade do mito, sem que ainda hoje se expliquem justamente as circunstâncias do seu assassinato.

Ela e ele representativos de uma América agora alterada, diminuída, enfraquecida por si mesma e pela ação deletéria do complexo industrial-militar que a governa.