O jornal Diário do Nordeste denunciou, em três edições sucessivas, escândalo que encheu de indignação a população.
Refiro-me ao sepultamento de corpos humanos, ou partes deles, em valas comuns, de forma clandestina, no cemitério do bairro Bom Jardim, na cidade de Fortaleza (Foto: Natinho Rodrigues/DN).
Uma equipe do jornal flagrou o procedimento irregular, que atenta contra a dignidade das pessoas e merece ampla investigação pela barbaridade de que se reveste.
Contradições nas declarações de dirigentes do Instituto Médico Legal (IML) dificultam a fixação de responsabilidades.
O caso merece apuração da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério da Justiça (MJ), tão presente aqui no Ceará, ao meu tempo de governador do Estado. Hoje, tão ausente, pela gravidade da ofensa aos direitos humanos.
O Ministério Público estadual já iniciou procedimento investigatório, que se espera seja rigoroso e rápido.
As razões apontadas para justificar o injustificável, passam por geladeiras quebradas ou em número insuficiente, e também a falta de caixões.
O governo do Estado anunciou, agora, que irá dispensar licitação para aquisição de caixões. O que já deveria ter feito há muito, pois abusa, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), da medida, por razões sem a relevância e a urgência desta.
A Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF), por sua vez, é cúmplice do Estado, uma vez que compactuou os desmandos em cemitério sob sua administração.
Quando fui governador do Ceará, sofri críticas reiteradas e virulentas, dos hoje donatários do governo, a propósito do funcionamento precário do núcleo do IML no município de Sobral.
Minha reação foi a de adotar providências urgentes, visando a melhoria daquelas instalações, determinando a construção de moderno prédio, dotado dos requisitos indispensáveis ao bom funcionamento daquele órgão, o qual tive o privilégio de inaugurar.
Da mesma forma, os municípios de Quixeiramobim e Juazeiro do Norte foram beneficiados com novas unidades, apropriadas para o cumprimento eficiente de suas finalidades.
Ao contrário, o atual governo ignorou denúncias feitas pelo mesmo jornal, desde o início do ano, numa atitude de completo descaso diante das carências apontadas. Seguiu acumulando dinheiro, indiferente ao problema.
Faltam caixões, sobra aquário.
Leia as matérias:
LEMBRANDO O HOLOCAUSTO
IML enterra os corpos dos indigentes em valas comuns
CORPOS JOGADOS EM VALAS
MP vai apurar descaso do IML
CORPOS JOGADOS EM VALAS
Legista culpa chefe da Perícia
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Cumplicidade
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10 comentários:
è isso ái Dr. Lúcio, pêa neles
VERGONHA... VERGONHA... VERGONHA...
VERGONHA... VERGONHA... VERGONHA...
Morte de um popular, de um pobre neste Ceará, representa alegria para os chefões deste grupo que comamda nosso destino estadual. Arialdo ri, Ivo gargalha...
Tenham certeza disto.
LEMBRA-TE CID QUE ÉS PÓ E AO PÓ VOLTARÁS.
Que cenas deprimentes. Vergonha para o Ceará.
Grotesco, macabro, cruel.
Conspira o fato acima, a ser debitado aos seus autores civilmente, penalmente, contra tudo o que se chama habitualmente solidariedade humana, dignidade humana, direitos inalienáveis da pessoa humana, fé, religião, fraternidade.
Os responsáveis deveriam inscrever-se no rol dos maiores facínoras até aqui conhecidos.
Pontos para o Diário do Nordeste pela contundente denúncia.
Enquanto isso, o governador e a prefeita rindo atoa com a eleição de Fortaleza como sub-sede da Copa do Mundo de 2014.
...será que nas intermináveis reuniões entre o governador e a prefeita o assunto foi tratado??? duvi-d-o-dó!!!
Num país onde o povo não tivesse perdido a capacidade de se indignar seria, no mínimo, caso de impeachment.
ah, antes que me esqueça: dos dois, governador e prefeita.
Isso é só a parte flagrada pelo DN que veio a público. Nos hospitais administrados pelo estado pacientes estão morrendo todos os dias pela escassez de material e medicamentos.
Mas para aquario e outras megalomanias não falta dinheiro.
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