Pesquisa realizada pelo Centro de Aperfeiçoamento de Economistas do Nordeste (CAEN), da Universidade Federal do Ceará (UFC), que foi apresentada na Assembléia Legislativa na primeira quinzena deste mês, comprova que a quantidade de pessoas vivendo em condições de extrema indigência diminuiu sensivelmente, durante os anos de 2003 a 2007, caindo de 16,23% para 11,86%.
Neste citado período, como governador do Ceará, instituí o Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP), com o objetivo de arrecadar recursos para aplicar em projetos de combate à pobreza. Na época, o Fundo foi duramente criticado por empresários e por deputados, que hoje apóiam ou integram o governo Estadual.
Mas, foram os recursos do FECOP, entre outras ações, evidentemente, que contribuíram para garantir a redução da pobreza em nosso Estado.
Não se justifica, no entanto, que agora, com arrecadação recorde, conforme matéria do Jornal O Povo, edição de 04/03/09, haja a menor execução financeira: O Fecop comemora a marca de R$ 203,9 milhões arrecadados em 2008, a maior desde que o Fundo foi lançado. Mas a eficiência demonstrada na captação do dinheiro não significa maior execução financeira, que ficou no menor percentual da história, apesar do aumento dos valores brutos.
Ter os recursos necessários e não aplicá-los para ajudar quem precisa, é de uma sordidez inimaginável.
Como já disse em um post anterior, avareza, incompetência e descaso pelos pobres são as únicas explicações para um desembolso medíocre.
Caso tenha interesse, acesse aqui o documento completo.
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2 comentários:
Dr. Lucio o projeto São José tem participação fundamental nesse fato.Já viu o que foi feito com o São José? Seria bom comentar o que era investido e o que está sendo, varia empresas estam a beira da falência por falta de trabalho.A eletrificação foi para a Coelce quem ganhou com isso?Será que sai mais barato pro Estado?
As evidências constatadas no relatório apresentado pelo CAEN, dizem muito a respeito da significativa diminuição dos índices de pobreza dos municípios cearenses.
Mas também é verdade que a quantidade de pessoas vivendo em condições de extrema indigência diminuiu sensivelmente, durante os anos de 2003 a 2007, caindo de 16,23% para 11,86%, como diz em seu blog, período este corresponde à implantação ou unificação dos Programas de Transferência direta de renda, Bolsa Família, às famílias pobres em todo o país.
O que indica que este programa contribuiu muito mais para a diminuição da pobreza no estado, do que a aplicação de investimento do FECOP, na área social.
Outro ponto que devemos centrar nossa atenção é no fato de que, o método utilizado pelo CAEN, consiste de um método puramente qualitativo. Como se a pobreza pudesse ser mensurada tão somente mediante dados estatísticos, o que não dizem muito das reais condições de vida dessas famílias. Conclusões abstraídas meramente de dados quantitativos revelam pouca sobre a forma como se deu e as causas do porque desse fenômeno de diminuição da pobreza no Ceará.
Pois se analisarmos este fenômeno pelo viés da diminuição da pobreza, pobreza essa mensurada através da variável renda, pouco podemos atribuir aos investimentos do FECOP no estado. E, por conseguinte, se explicaria muito melhor pelas transferências monetárias as famílias em situação de pobreza. Pois se configura como uma forma direta de alívios das carências geradas pela falta de recursos financeiros dessas.
Contudo, concordo plenamente que se lisonjear por ter alcançado o recorde de captação de recurso, à custa de sacrifícios e não empregabilidade desse recurso a quem mais necessita, constitui total descaso para com o povo cearense.
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