Ainda não são decorridos trinta dias da posse de Barack Obama na presidência dos Estados Unidos. Mas já não vejo nos seus olhos o mesmo brilho que iluminava o rosto do candidato. O olhar do presidente já padece daquela opacidade cética, que marca o encontro com o poder e suas realidades.
Durante a campanha muito se falou do candidato. De sua vida, cheia de percalços, de sua família, de sua fé, moldada em circunstâncias singulares, de sua oratória empolgante, de sua tolerância, de sua sensibilidade social, de sua disposição de promover um reencontro da América com o mundo.
Sua eleição despertava uma sensação de desafogo nos Estados Unidos e por toda parte, rompendo com todas as formas de opressão e intolerância, econômica, racial, religiosa, militar. A eclosão da crise econômica, que abalou os americanos e o mundo, tornou mais premente sua vitória.
A posse bateu recorde de público em cerimônias do gênero. Nem o frio rigoroso afugentou a massa que celebrou sua vitória como o último capítulo da luta dos negros e das minorias étnicas. Os bailes e a animação nas ruas festejavam a chegada do primeiro negro à suprema magistratura do país.
Diante das televisões, o mundo acompanhava tudo animado por uma esperança natural.
O juramento sobre a bíblia de Lincoln assinalava o compromisso com a nação e o legado de seu longinquo e célebre antecessor.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
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