segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Obama III

Grandes esperanças investidas em governantes não são certeza de feitos à sua altura. O tempo dirá se eram fundadas e factíveis.

Nos Estados Unidos mesmo, Jimmy Carter esteve longe de atender às expectativas que embalaram sua eleição para presidente, em um ambiente marcado pelo trauma da guerra do Vietnam e do escândalo do Watergate, que veio a redundar no impeachment de Ricard Nixon.

O plantador de amendoim que governara a Georgia não esteve à altura do desafio. Atingido pelo escândalo dos contras, envolvidos em operações clandestinas de contra-revoluções na América Central, e o fracasso do resgate dos americanos da embaixada no Irã.

Fez uma presidência bisonha e não logrou reeleger-se, não obstante deva-se reconhecer seu empenho na defesa dos direitos humanos e da democracia, de que até hoje se ocupa como um missionário.

Muito se falou de Obama, apoiadores e adversários. O que não se sabe é como se comportará no exercício do poder, diante de suas ciladas e exigências, limitações e oportunidades. O potencial do governante nunca é de todo conhecido, a não ser diante de uma prova e das suas circunstâncias.

A tragédia da democracia é não realizar suas promessas.

Saiba mais n'O Estado de S. Paulo, edição de 16/11/08; Público, edições de 17/01, 14/02 e 15/02/09; Diário de Notícias, edição de 21/01/09 e revista Pública, edição de 19/02/09.

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

Exausto jaz agora o Império. Grave crise financeira e econômica o abate. Os republicanos ainda mais o enfraqueceram.

O mundo se transforma, mas lento, lento, longe da perfeição.

É jovem Obama, representa a novidade. Nada nos autoriza, porém, a alimentar grandes expectativas agora. Era há pouco um desconhecido.

Pode ser que só a supercrise atual leve o povo americano e o mundo a esperar tanto. Governa aquele país, a despeito de seu eventual presidente, um poderoso complexo industrial-militar a estender seus tentáculos pelo Pentágono, o Congresso americano, a imprensa, a opinião pública e o Judiciário.

Nova ordem econômica mundial deveria estabelecer-se longe do desequilíbrio econômico, do perigo da guerra, da presença humilhante da fome ubiquamente.