sábado, 2 de agosto de 2008

Doha

Doha é o nome da capital do Catar, um dos emirados árabes. Denomina, também, a negociação que se trava no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), visando a liberalização do comércio mundial.

A chamada Rodada de Doha é uma novela que já se desenrola há sete anos. No mês de julho último, mais um esforço para concluí-la, mediante acordo entre os 153 países membros da OMC, resultou em fracasso.

Ela é necessária porque os países querem abrir o mercado para seus produtos, bens e serviços, fechando o próprio mercado aos produtos dos outros.

Em resumo, todos querem vender. E não comprar.

O grande nó está na questão dos produtos agrícolas. Os Estados Unidos e a União Européia subsidiam fortemente a agricultura, mas colocam entraves à entrada dos produtos dos países em desenvolvimento em suas fronteiras.

O Brasil, a Índia, a Argentina e outros países formaram o G 20 para atuarem, em conjunto, forçando concessões dos países ricos em relação aos produtos agrícolas. Basicamente, a redução dos subsídios dados aos seus agricultores. Avançaram pouco, pois as negociações emperravam.

No último encontro, realizado semana passada, em Genebra, o acordo esteve perto de ser fechado, pois o Brasil, um protagonista importante no caso da agricultura, cedeu diante da maior facilidade oferecida pelos americanos para importação do etanol.

Os argentinos se consideraram traídos por nós. Daí, juntamente com China e Índia, inviabilizaram as negociações, diante da irredutibilidade americana. Este ano, até por causa das eleições nos Estados Unidos, não tem mais jogo. Fica tudo adiado, enquanto cada um acha que já cedeu o que poderia.

Qual a importância de Doha, nome da cidade onde tudo começou?

Em caso de sucesso, os ganhos em faturamento no comércio, não chegariam a U$ 100 bilhões anuais. Ou seja, menos de 0,1 % do comércio anual.

O mais importante seria a abertura do caminho para novos ganhos, no processo de maior liberalização do comércio mundial.

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edições de 30 e 31/07/08.

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