sexta-feira, 6 de junho de 2008

De volta III

Encontrei, também, uma rinha armada entre o tucano e a pomba, a propósito da fraqueza do secretariado estadual. Columbófilos, a estrela piscou forte sob a sombra da foice e do martelo. E haja descompostura no tucano.

O insuspeito jornalista Egídio Serpa, em sua coluna do Diário do Nordeste, edição de 03/06/08, tira a teima, afirmando que o secretariado é mesmo fraco, segundo ouvira de uma fonte credenciada, com mandato e livre acesso aos gabinetes do Palácio Iracema. Advinhem quem seria...

A explicação dada para a manutenção de secretários com mau desempenho, é ofensiva ao princípio da gestão responsável, que vincula obrigatoriamente o administrador público. Ao tempo que desrespeita um compromisso penosamente implantado no Ceará desde 1987, e mantido até o Governo passado.

O motivo é simples, mas danoso ao interesse público. O receio é que as substituições dos ineficientes leve os partidos donatários dos cargos a retirarem o apoio ao Governo.

Quer dizer, a conta do tsunami parlamentar, que se montou na Assembleia Legislativa para sufocar a oposição e as vozes críticas da sociedade, é paga pelo povo, que sofre com a ineficiência
dos gestores de primeiro escalão.

Manobras, como a que aponto, têm custo elevado, e desmerecem os responsáveis por elas. Conviver com oposição expressiva exige do governante humildade e espírito democrático, atributos que andam escassos nessas plagas. Sempre que a política minúscula se sobrepõe ao interesse da administração pública, cai a qualidade da gestão.

O Ceará experimentou nos últimos anos dois ajustes fiscais, ou choques de gestão, como queiram chamar. O primeiro, em 1987, quando o então Governador Tasso Jereissati, em razão das medidas que adotou, terminou o Governo em franca minoria na Assembleia Legislativa.

O segundo, em 2003, quando eu adotei providências austeras para recuperar a capacidade de investimento do Governo, incrementar a receita, sanear as finanças, reduzir a dívida e contratar operações de crédito junto às agências financeiras nacionais e internacionais. Sofri oposição inclemente e injusta, atrelada a projeto de poder que já se montava em ilustres gabinetes.

Nem por isso deixei de manter-me fiel ao propósito de privilegiar a administração em detrimento da política partidária, em consonância com os compromissos assumidos quando da minha eleição. Se paguei preço alto por isso, recebi em troca o prêmio da coerência. Os resultados atingidos são a recompensa do dever cumprido, ainda que haja os que se esforcem para que não sejam vistos e valorizados.

6 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

FINGINDO NADA SABER do que deveriam fazer e dizer, nossos REPRESENTANTES POLÍTICOS locais acumulam agora SUCESSIVAS DERROTAS cujos prejuízos maiores são debitados à conta mesma da pobreza e do subdesenvolvimento do Estado. Estes tendem a perpetuar-se pela omissão deles. Assim age boa parte de deputados e Governo estaduais, deputados federais e senadores do Ceará. Necessário, pois, que outros, da sociedade civil, venham dizer, GRITAR o óbvio àqueles senhores. Fábio Campos, por exemplo, de O Povo, anda a fazê-lo por estes dias. (Que maravilha pode ser uma imprensa alerta, comprometida com o lugar e o povo onde está!) Diz o repórter: “Estabelecer metas com... um plano construído com... rigor técnico... Bancadas políticas, governos e sociedade teriam que manter uma mobilização permanente... Não temos planos... Sem planos, não temos metas... A administração... patina... Nada mais amador”, conclui. Ora, ora, no ócio quase vegetal em que dormitam aqueles nossos mandatários (?), poderiam dar-se a tarefa de memorizar esta lição.

Célio Ferreira Facó disse...

Estes fracassos do Ceará agora não se devem aos humores de Brasília; devem-se à DEBILIDADE TÁTICA de nossos representantes no Governo e Assembléia estaduais e no Congresso Nacional. Isto resulta claro até ao mundo mineral (diria Mino Carta). Cid Gomes, refém da aliança que lhe deu o cargo na última eleição, mal pode alterar o seu secretariado. Eis a séria dificuldade do Ceará agora. Seria uma saída que cessassem já as intrigas paroquianas dos nossos representantes políticos em torno dos interesses superiores do Estado. Mas quem tem ouvido as arengas na Assembléia não pode senão ficar muito desesperançado. A turma não consegue olhar, ver senão o interesse mais imediato de seus partidozinhos atuais.

Anônimo disse...

Fraco e subserviente. Secretários que deveriam ter peito de enfrentar o Secretário de Governo, que não entende bulhufas de administração pública, tendo levado toda sua vida a reboque dos GentiL, se calam perante uma tolice dita pelo mesmo, de forma ríspida e sem o menor tato.
As secretárias do Palácio Iracema não são cegas, nem surdas viu Dr. Lúcio. Ainda tem gente de linha por lá ok? Abraços.

Anônimo disse...

"em 2003, quando adotei providências austeras para recuperar a capacidade de investimento do governo, incrementar a receita, sanear as finanças, reduzir a dívida e contratar operações de crédito junto às agências financeiras nacionais e internacionais..."

importante lembrar essa passagem, foram 4 anos pagando o rombo!

Anônimo disse...

Pagando o rombo coronel tasso, caro Norton. Vendeu a coelce e ainda deixou dívida!

Anônimo disse...

É uma pena Lúcio que você não viu a tempo a rasteira que a maioria do seu secretariado lhe preparava desde o primeiro dia de seu governo.Quantos não foram os amigos que tentaram lhe abrir os olhos mas você preferiu continuar sendo fiel aos seus futuros algozes que foram Tasso e Ciro.é difícil de entender como um homem com sua inteligência deixou que lhe destruissem dessa forma.quantos foram os seus amigos verdadeiros preteridos em cargos para não desagradar os seus dois algozes?Hoje você está deveras enfraquecido politicamente e assim mesmo os dois crápulas que lhe apunhalaram continua tentando destruir o pouco de força política que lhe restou.Espero de coração que algo de bom aconteça e que você seja justiçado pela tamanha injustiça que sofreu em 2006.Para quem tem o mínimo de visão é muito difícil aceitar e ver nosso estado governado por pessoas tão prepotentes e inescrupulosas como as que estão hoje no poder.