No dia 3 de janeiro de 1999, o jornal Folha de S. Paulo publicou uma lista dos que seriam os cem melhores romances do século, segundo um júri formado por dez críticos e escritores.
Eis a lista dos dez melhores:
1- Ulisses (1922), James Joyce
2- Em Busca do Tempo Perdido (1913-1927), Marcel Proust
3- O Processo (1924), Franz Kafka
4- Doutor Fausto (1947), Thomas Mann
5- Grande Sertão: Veredas (1956), Guimarães Rosa
6- O Castelo (1926), Franz Kafka
7- A Montanha Mágica (1924), Thomas Mann
8- O Som e a Fúria (1929), William Faulkner
9- O Homem sem Qualidades (1930-1943), Robert Musil
10- Finnegans Wake (1939), James Joyce
Joyce, Thomas Mann e Kafka emplacaram dois livros cada. A lista só tem dois não-europeus, o americano Faulkner e o brasileiro Guimarães Rosa.
Europeísmo? Falta de imaginação com a repetição de autores?
E você, quantos destes livros já leu?
Tente fazer sua lista pessoal em um momento qualquer de lazer literário.
terça-feira, 25 de março de 2008
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4 comentários:
Guia e mestra da vida é a literatura. Na Comédia, de Dante Aliguiere, tão bela que a critica acostumou-se a chamá-la de “Divina”, é Virgílio, autor consagrado da Eneida, o espírito mesmo que se achega ao Poeta para conduzi-lo pelos caminhos do empíreo. Condu-lo com segurança salvadora até pelos perigos do Inferno. Está ali, como num vasto mosaico, toda a cultura da Idade Média. E os alvores dos novos tempos, que se avizinhavam, a introduzir a experiência como mãe da pesquisa e da verdade; a lógica como lanterna eficaz do discurso. Novidades que terminarão por desfazer a autoridade excludente da teologia e da Escolástica. Há tanto que ler. É preciso que nos limitemos. Livros, há-os, porém, fundamentais. Pode-se discutir sobre a lista dos dez melhores de todos os tempos; não se pode recusar-lhes a dignidade de verdadeiras obras de arte, eternas, capazes de condensar a luta mesma da humanidade em cada uma de suas épocas.
Consultado sobre como podia suportar a aridez continuada dos debates cotidianos no Senado Romano, Cícero, notável estudioso e celebérrimo orador, respondeu que não poderia fazê-lo sem a companhia da boa poesia e dos grandes livros, a cuja leitura consagrava-se desde a juventude. Com efeito, aquele eminente romano, foi também estudante incansável. Muitos autores gregos traduziu para o latim – sobretudo filosofia. Suas catilinárias, famosíssimos discursos de embate político, são também primoroso exemplo de prosa vigorosa e correta na língua de Roma. Depois, ao tempo do Império Romano, Júlio César, general vitorioso nas Gálias, atual França, redige com maestria e elegância a história das próprias conquistas. Sobejam na antiguidade os exemplos de homens públicos que são também grandes literatos. Na história dos Estados Unidos, na Idade Moderna, ressalta o talento de Thomas Jefferson, a redigir, principal autor, a célebre Declaração de Independência Americana. Entre nós, ao tempo da Independência, o sólido talento de José Bonifácio. A República usufrui da verve de Rui Barbosa. Os tempos atuais não contam senão com uns poucos homens públicos notadamente instruídos. Estes são os que fazem toda a diferença nos Parlamentos e nos cargos públicos do País.
Honra é, das maiores, que pelo menos um autor de língua portuguesa figure numa lista que pretende citar as mais belas paginas de todos os tempos. Também de Machado de Assis já se disse que teria por certo recebido o Nobel de literatura se escrevera em francês. Talento poderoso, não lhe faltava o conhecimento da língua de Voltaire e de Victor Hugo; mas tratou de inscrever o idioma português para sempre no rol das línguas cultas, portador de algumas das mais sutis narrativas de todos os tempos, além da correção e plasticidade. Estes exemplos de afirmação do vernáculo como grande língua deveriam convencer a todos da sua importância e beleza. E forçar que os jornais cotidianos do país, as revistas de divulgação, a imprensa geral se esforçassem por evitar os estrangeirismos desnecessários, as construções viciosas, os erros habituais que amofinam e enxovalham as notícias diárias. Nota-se mesmo, da parte de muitos e muitos jornalistas, uma tendência a acomodar-se por baixo, pelo discurso vulgar dos que nada sabem. Ao contrário, deveriam tratar de vigiar e zelar pela pureza e aperfeiçoamento contínuo do belo idioma português.
´LÚCIO E A LITERATURA CEARENSE ??
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