2008 assinala o centenário de nascimento de Simone de Beauvoir (1908-1986). A escritora e pensadora francesa, que junto com Sartre formou o casal existencialista, tem sido mais lembrada por sua relação singular com ele. E pela sua sexualidade, do que pela relevante contribuição intelectual e literária que deu ao mundo. Tem se falado menos de seu legado ficcional, ensaístico, memorialístico e filosófico, do que da companheira de Sartre e da luta em favor da mulher.
Seu livro O Segundo Sexo, escrito na perspectiva da moral existencialista, escandalizou a intelectualidade francesa de todos os matizes ideológicos. É dela a frase: não nascemos mulheres, tornamo-nos mulheres.
Com Sartre, visitou o Brasil, tendo estado no Ceará a convite da Universidade Federal(UFC).
Maria Beatriz Alcântara, no início dos anos setenta, publicou ensaio, "La Revolte Positive de Simone de Beauvoir", no qual analisa aspectos de sua obra sobre a condição da mulher.
Na França, promovem-se seminários e ciclos de debates sobre sua vida e obra. Algo nesse sentido poderia ser feito aqui.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
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3 comentários:
JÁ NÃO é o que foi a França. Vai há algum tempo trocando a sua história, memória e sólidas lideranças, como a de De Gaulle, por outras mais “fast food”, como a de Sarkozy, a de Bush. A continuar nesta metamorfose, quase esquecimento das principais filosofias, políticas libertadoras, igualitárias, outrora condutoras de todo o mundo pensante, não se sabe como será o futuro. Da França como do resto do mundo!
Difícil compreender que o país da Liberdade, Igualdade e Fraternidade tenha optado por Sarkozy, antes que por Ségolene. O DIABÓLICO poder universal da direita, hoje, com seus banqueiros, sua mídia financiada e controlada, multidões levadas pelo queixo, imbecilizadas pela televisão, pela internet, pela civilização do espetáculo, como em um imenso "Big brother", não deixam maior esperança. Este mesmo Sarkozy, na campanha, banqueiros e grandes grupos americano-franceses, o empresariado, a mídia jogaram tudo nele. Foi à Casa Branca, colocou-se nas mãos de Bush. Elegeu-se.
É neste processo de esquecimento geral, quase alienação de si mesmo, que se olvida hoje a influência de Simone de Beauvoir, de Sartre. Como do Iluminismo, de Gramsci, de Marx. O capitalismo e sua máxima manifestação, o neoliberalismo, viu sempre na ação libertária dos grandes pensadores os maiores perigos para si mesmo; trata de livrar-se deles. Usou, para tanto, sempre que possível, já da franca violência e arbítrio contra os líderes revolucionários, já do convencimento sutil e permanente das massas. Assim é que, na Itália, o juiz do tribunal fascista, condenando Gramsci à prisão, dizia: “É preciso trancafiar este cérebro por pelo menos vinte anos”. No Brasil, país caudatário, plantado na periferia do mundo, não vemos movimentos diferentes: governos clientelistas, políticas populistas, subdesenvolvimento e crescimento econômico pífio, doenças medievais, multidões mantidas na alienação. A despeito da franca adesão nacional aos movimentos de globalização das superempresas mundiais. A despeito de um Presidente saído das hordas operárias. A despeito das muitas promessas de campanhas e de uma Constituição prenhe de boas intenções. Esta talvez devesse incluir-se no rol das peças de ficção da literatura nacional.
célio,
Sarkozy representa a metamorfose e altenância de poder que é a democracia. o sr. está mais pra reacionário esquerdista do que um próprio zelado da ordem democrática.
mas não se preocupe, porque heráclito de éfeso tbm passou por isso, quando a democracia de péreclis chegou a atenas.
DR. LÚCIO,
o que o sr. recomenda da simone?
em relação a alberto camus, o estrangeiro e a peste são os melhores?
gostei muito do estrangeiro, já a peste é meio "policial demais".
outro muito bom é "a queda".
o que o sr. acha?
Muito bom se tivéssemos a oportunidade de conhecer melhor a obra desta mulher que construiu as bases do movimento feminista. Espero que a escritora Beatriz Alcântara "puxe" essa temática, já que é assunto de seu domínio.
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