quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Centro de Convenções

A serem confirmadas as notícias da imprensa, a decisão sobre o badalado novo Centro de Convenções deixa muito a desejar. A solução é pífia, não atende nossa necessidade, além de fracionar equipamentos que precisam estar integrados.

Tantas reuniões para discutir o assunto deram um resultado medíocre. A decisão não só ignora estudo profundo, contratado pelo governo estadual no passado, como irá provocar problemas graves no tráfego em área já muito congestionada. É evidente que um equipamento do porte deste requer para sua implantação, entre outros estudos, uma cuidadosa avaliação do impacto no trânsito.

A Prefeitura de Fortaleza tem uma grave responsabilidade em relação à autorização para sua construção. Lembro, só para comparar, que a licença para implantação do Centro Cultural da Caixa Econômica no prédio da antiga Alfândega, um equipamento muito mais simples, para o qual os recursos já estavam disponíveis, levou muitos meses para ser concedida sob alegação de repercussões no trânsito.

O Museu do Mar,
belo projeto, e único no mundo dentro do mar, do arquiteto Oscar Niemeyer, teve sua localização criticada em razão de alegados transtornos que traria para o trânsito.

Não bastasse isso, o local anunciado traz enorme risco de dano ambiental para o ecossistema do rio Cocó. O jornalista Fábio Campos, em sua coluna de hoje no jornal "O Povo", traz um minucioso levantamento do assunto.

Acresce argumentar que a Prefeitura, depois de ter autorizado a construção de um prédio comercial próximo à margem do rio, passou a questioná-lo invocando até a realização de um plebiscito para cassar a licença já concedida. E agora Prefeita, como ficamos?

4 comentários:

Anônimo disse...

Tenho certeza que essa foi a pior escolha que poderia ser feita. Imagine como vai ficar o já complicado trânsito da av. Washington Soares. O desgoverno não impressionou: sempre toma o pior caminho.

Célio Ferreira Facó disse...

ATABALHOADA a decisão do Governo do Estado de fixar o novo Centro de Feiras e Eventos de Fortaleza às margens da avenida Washington Soares. Como se desconhecesse os problemas daquela avenida, zona da cidade. Estudos anteriores, coordenados pela UFC, haviam já deliberado pela sua melhor localização no Poço da Draga. Desnecessário lembrar aqui também a necessidade de recuperar-se, revitalizar-se o velho CENTRO histórico da Cidade. O que se faz justamente com o apelo destes equipamentos modernos, verdadeiros pólos agregadores de cidadania e progresso. A quem ouve o Executivo Estadual? De lembrar também que esta decisão requer a intervenção da Prefeitura, que terá de avaliar, licenciar o projeto. No mundo e mesmo Brasil afora, trata-se cada vez mais de recuperar os centros históricos decadentes, abandonados; o nosso, pelo que vemos, não recebe o mesmo interesse dos governos locais atuais.

José Sales disse...

Caro Célio Facó. O importante é que retornemos à época da pedra lascada. Em uma cidade de quase três milhões de habitantes em que o sistema de planejamento urbano gestão não passa de um registro escondido da História, vamos esperar o que? Que a cada novo governante "esclarecido" surjam mirabolantes soluções!A Prefeitura Municipal de Fortaleza, não tem nenhuma preocupação com este ou outro aspecto de nosso contexto urbano.

José Sales disse...

E parte de ambas as administrações, o que se vê são decisões que passam ao largo de expressões tais como: qualificação urbana, urbanismo, planejamento, soluções técnicas e outras assemelhadas que são consideradas verdadeiras expressões de heresia.
Da parte da Prefeitura de Fortaleza, vemos uma administração unicamente preocupada com sua perpetuação no poder, eivada de ações e soluções neo midiáticas. O Sr. Secretário Municipal do Planejamento José Meneleu Neto, continua deitado em berço esplendido e o Secretário do Turismo Henrique Sérgio só tem olhos para o Reveillon 2008. Desenvolvimento urbano, turismo de negócios, revitalização da Área Central, potencialização de áreas degradadas, operações urbanas consorciadas são expressões que não fazem parte do vocabulário municipal no presente.