A imprensa cearense abriu manchete para o crescimento de
3,1% do PIB cearense em 2009. Seria mesmo motivo de manchete se os números
fossem verdadeiros.
Abaixo aponto os links que registram a festa feita com número equivocados.
Economia do CE cresceu 3,1%, mesmo na crise - Diário do Nordeste
PIB cearense cresce 3,1% em 2009 - O Povo
PIB do Ceará registra crescimento de 3,1% em 2009 - Portal
do Governo do Estado
Em todas as três reportagens faltou o essencial: a
informação que o resultado dependia de confirmação. O PIB de 2009, consolidado pelo IBGE
em 2011, teve uma variação pífia: meros 0,04%.
O Governo ganhou generosos espaços na imprensa com 3,1%
alardeados pelos falsos profetas do otimismo.
Mas, infelizmente para o povo cearense, os números finais
mostraram que a realidade era totalmente discrepante. E essa realidade não
produziu manchete. O povo consumiu a fantasia do crescimento, que só ocorria
na mídia – seja no jornalismo ou na
farta publicidade oficial.
Dessa vez, o Governo silenciou e não comentou o
decepcionante resultado. Faltou a
manchete nos jornais: "Ceará cresce apenas 0,04% em 2009". O
crescimento "muito acima do Brasil" tem se mostrado apenas uma peça
de marketing.
Seria excelente que os dados publicados na imprensa fossem
verdadeiros. O que mais desejo é que meu Estado cresça e que os cearenses
aproveitem esse desenvolvimento. Mas tenho obrigação de alertar sobre a
verdadeira situação do Ceará. Não podemos comemorar um "ótimo
resultado" se ele verdadeiramente não existe.
A tempo:
Li a nota técnica enviada pelo Ipece ao Blog do Eliomar, que
confirma o que anunciei em MENTIR COM NÚMEROS, pois em nenhum momento a nota
questiona a minha argumentação. Apenas explica sua metodologia.
Sei
da competência e da qualidade dos seus profissionais. Mais do que ninguém
reconheço-lhe a importância. Para quem não sabe, ou não se lembra, o Ipece foi
criado logo no início do meu governo com o objetivo de integrar as informações
necessárias para avaliar e planejar as políticas públicas do Ceará.
O que fiz foi analisar os números divulgados pelo Instituto,
à disposição no site do Ipece, e os dados publicados na imprensa - e que o
Governo não se preocupou em corrigir quando o IBGE divulgou a consolidaçao. Era
uma obrigação moral do Estado, principalmente diante de tal disparidade dos
números e da forma como eles foram propalados.
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