Alexandria

No momento estou lendo Biblioteca de Alexandria - o enigma revelado, de Pablo de Jevenois, que conta a história daquela legendária biblioteca e sua destruição.

Trata-se de um magnífico panorama do apogeu de Alexandria, de suas bibliotecas, templos, monumentos, e a movimentação de monges e sacerdotes nos primórdios do catolicismo que se afirmava entre pagãos com manifestações radicais da nova fé, nascidas da intolerância religiosa.

O autor refuta a ideia de que teriam sido os árabes que destruiram a grande biblioteca atribuindo o feito criminoso à Júlio César.

Os deuses cediam lugar a Deus, e os conflitos se sucediam, terminando em lutas sangrentas e no holocausto dos incréus.

Pagã, mas tolerante, compreensiva com as divergências religiosas, afeita ao raciocínio lógico, Hipatia pagou com a vida ter optado por Orestes, a autoridade política, quando do confronto deste com Cirilo, a autoridade religiosa.

A ousadia valeu-lhe o ódio dos fanáticos monoteistas que a massacraram impiedosamente.

Hipatia é uma das raras mulheres da antiguidade que sobreviveu até nós, mesmo que seu destino trágico atraia mais as pessoas que seu desempenho como eminente matemática, filósofa e professora.

Altiva e douta, indagada por seus algozes : em que acreditas? No conhecimento, responde, firme. Assinava aí sua sentença de morte.

A coerência intelectual incitou o barbarismo dos fieis que a supliciaram e mataram.

Saiba mais lendo o livro, um cenário para Hipatia, e o filme Ágora, de Alejandro Amenábar.