sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Seleções


Lembram dela? Aquela revista que durante um certo tempo dominava o mercado, leitura obrigatória em muitos lares brasileiros, mensageira, em várias línguas da cultura americana.

Reuni, graças a doações de familiares de Portugal, um bom número de antigos exemplares da edição portuguesa. Tenho-os no meu acervo como relíquias de colecionador.

Do que não tinha me dado conta é que ela continua a circular regularmente em seu formato tradicional, até que um dia detendo-me ante uma banca em Lisboa divisei-a perdida entre múltiplas ofertas, de conteúdo diversificado e temático, que atraem o leitor ávido de informação.

Pois a publicação sobrevive, editada em 21 línguas, presente em 51 paises. A vitalidade da revista mede-se pela tiragem portuguesa: 118.000 exemplares.

Num impulso saudosista adquiri-a de imediato. Se o projeto gráfico mudou, para adquirir feições modernas, reencontrei na leitura o mesmo fundamento editorial e a seção tradicional Rir é o melhor remédio.

Você um dia experimentou a dose terapeutica de humor que a SELECÇÕES - reader's digest, tal qual está na capa lusitana, oferece mensalmente aos leitores?

5 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

Por aquele tempo, no século passado, havia muito que ler nas revistas.

Seleções e outras publicações ofereciam muita literatura, não só imagens e frases feitas.

Eram assim Mickey, Tio Patinhas, as revistas Tex, Fantasma, Mandrake, Zorro.

Textos e enredos adensavam a trama em cada publicação, não raro com muito boa qualidade.

Penso que terão servido, muita vez, a alimentar e desenvolver o gosto pela leitura, pela literatura.

Não são assim as publicações atuais: menos textos, mais cores, mais imagens ampliadas, muito mais comerciais dentro e fora da trama.

Nonato Albuquerque disse...

Doutor Lúcio, a primeira lembrança de uma publicação que eu tenho em minhas mãos é de uma Seleções. Meu pai era assinante. E eu, por volta dos 4 ou cinco anos, peguei uma e rasguei as figurinhas que eu adorava. E o cheiro da revista nova me atraía. Seleções foi durante muito tempo leitura obrigatória. Depois surgiu uma campanha contra - feito por alguém do Pasquim - tentando desqualificá-la. Mas a revista continua aí e - confesso - sou leitor dela ainda.

Anônimo disse...

"Cheiro de revista nova"! Grande Nonato...Tocou fundo a minha memória de criança. (Ricardo Alcântara)

Kilmer Castro disse...

Também meu pai era assinante e foram muitas as histórias e boas matérias que li naquelas páginas.

Natural que as publicações de hoje contenham muito mais imagens que textos rebuscados. Essa é a nova linguagem e não há como segurar o mundo no século passado.

Cores e formas comunicam mais rapidamente. E, creio eu, é engano pensar que diminuem a capacidade do cérebro de elaborar, fomentando um processo de "emburrecimento coletivo". Isso é pensamento superado.

Na atual velocidade do mundo, trata-se de uma forma de adaptação do homem às novas necessidades. Apesar do enorme prazer que nos traz, não há mais muita gente disposta a gastar horas digerindo textos quilométricos, intrincados, repetitivos, por mais geniais que sejam.

Exemplo fácil de verificar é o seriado "House", onde as tiradas são feitas em frações de segundos, não permitindo a quem assiste deter-se em nenhuma em particular sob pena de perder a próxima. Ao final, o cérebro guarda uma imagem mental do todo. É uma nova época.

Anônimo disse...

Dr. Lúcio,


O cheiro da SELEÇÕES novinha em folha misturava-se aos cheiros das empadas de camarão que meu saudoso pai nos trazia do bar RITZ, que ficava na Rua Guilherme Rocha e onde se reuniam os lojistas e comerciantes para tomar uma brahma gelada nos fins de tarde.
Muito obrigado por fazer-me rememorar a SELEÇÕES e os bons tempos de Fortaleza. Tempos felizes que não voltam mais...