quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Kennedy

Faleceu o senador Edward (Ted) Kennedy, vítima de um câncer no cérebro.

O último dos Kennedy na política americana, teve sua carreira atropelada por um acidente de carro ocorrido à noite, em local ermo, no qual faleceu sua secretária.

No Senado, em sucessivos mandatos, atuou sempre em defesa da liberdade, dos direitos humanos e em favor dos negros e das minorias.

Como gesto político final, próximo à morte, escreveu uma carta ao governador Deval Patrick, do Estado de Massachusetts, o qual representava, e a outros líderes políticos, sugerindo a mudança na lei que disciplina a escolha de seu sucessor.

É que nos Estados Unidos não há a figura do suplente, hoje a Geni da política brasileira, e cada estado tem autonomia para definir a forma de substituição em caso de vacância.

Naquele estado, a lei, que já foi mudada para atender situação anterior, prevê que a cadeira permaneça vaga, até por cinco meses, enquanto não é convocada eleição especial.

Na carta, Ted Kennedy pede que a legislação seja alterada para que o governador possa indicar, de imediato, um nome para ocupar sua cadeira. A razão de sua preocupação prende-se à votação da proposta de reforma do sistema de saúde americano, em trâmite no Congresso sob forte oposição.

Com a vacância, por morte sua, haveria um voto a menos a favor do projeto do presidente Obama.

Recentemente, quando do preenchimento da vaga de Obama, estourou um escândalo, ao se descobrir que o governador do Estado de Illinois, negociava gorda propina para indicar o substituto.

2 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

Reforma política boa, nos Legislativos, entre nós, trataria de acabar definitivamente com a figura do suplente, que só existe no Brasil.

Estes fantasmas que saem não raro da eleição de um fulano são verdadeiros cavalos de tróia – desconhecidos até que se revelam e então se mostram venenosos, daninhos, prejudiciais à República.

Na verdade quase tudo nos Legislativos precisa mudar: menos deputados, mandatos menores, voto distrital, fim da reeleição, fim do suplente.

Mas como acreditar que os que lá estão agora votarão eles mesmos pelo fim de seus privilégios?

Ver o exemplo da Assembléia Legislativa aqui do Ceará.

O grupelho de deputados amistosos, amestrados no que se refere aos interesses do Executivo Estadual, sendo maioria, de tal modo defendem o seu próprio corporativismo e a vontade de Cid Gomes que logram negar, recusar, atrapalhar até um simples pedido de um de seus pares para fazer o que deveria ser rotina naquela Casa: fiscalizar, controlar os atos do Executivo Estadual.

Dylan disse...

Com a morte do senador Edward Kennedy, fechou-se mais um capitulo da dinastia política desta família, marcada pela tragédia e os escândalos, mas mais importante, modelo do idealismo e da concepção do sonho americano.

Todos os irmãos foram expoentes do liberalismo norte-americano, partilharam o mesmo legado: a democracia, inclusive morreram em nome dela. A ambição política progressista era correspondida com triunfos retumbantes, dados pelas minorias sem voz, pelos imigrantes e injustiçados, no fundo, a possibilidade de todos acreditarem novamente na América, pelas mãos de três grandes estadistas
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