quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Utopia

A senadora Marina Silva ao deixar o Partido dos Trabalhadores (PT), agremiação na qual militou por trinta anos, disse que seria necessário buscar "novos mantenedores de utopia". Isto é, lá não haveria mais lugar para seus sonhos.

A utopia, lugar que não existe, lembra a miragem, uma ficção visual, que some cada vez que dela nos aproximamos. Cada partido que chega ao poder, abandona o discurso que o levou até lá.

Em nome da governabilidade, esquecem-se todos os compromissos, sacrificados no balcão das indispensáveis alianças.

O governo é o veneno dos partidos. No pragmatismo dos governos não sobra espaço para idealismos.

Marina busca um novo caminho, carrega no bornal de seringueira os sonhos que a embalam. Até ser surpreendida por uma nova desilusão. Destino inevitável de almas sensíveis como a sua.

3 comentários:

Paulo Nazareno disse...

Grande Governador.
Embora saiba que o Sr.não é cirurgião, o foi na sua pertinente observação.
Saúde e paz.

Anônimo disse...

Quem não esquece os princípios pelos quais se elegeu acaba tendo o tapete puxado por aqueles que desde a primeira hora da campanha já pretendiam fazer mais um estelionato eleitoral! Qualquer semelhança com sua eleição de 2002, sua administração e sua derrota nas urnas de 2006 não é mera coincidência, mas mesmo assim, vale a pena agir como agiu o titular deste Blog! Parabéns por ter se mantido firme em seus princípios até hoje!

Anônimo disse...

...mas sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem ousa andar com flores, pois tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Não concordo que a política seja sempre o espaço das desilusões. Quem sabe como os homens, de fato, são, e não confia demais em quem nunca deveria confiar, sempre pode buscar, em meio a tanta baixaria, dar um passo adiante. Para isto, muitas vezes é preciso desagradar aos mais fortes e fortalecer os mais frágeis. A prudência, muitas vezes, deve beber na fonte da ousadia, se quiser fazer o que realmente precisa ser feito, sob pena de ficar por aí, vagando de lamento em lamento por um vale de lágrimas que não resolve nada.