Aos 76 anos, faleceu o Senador Jefferson Péres.
Fui seu colega no Senado Federal. Durante algum tempo, pertencemos ao mesmo Partido. Estivemos sempre próximos. Com freqüência, trocávamos idéias e adotávamos posições comuns.
Era um espírito racional, preocupado com a coerência de atitudes. Na tribuna, falava com elegância e correção vernacular. Sem elevar o tom de voz e sem histrionismo, dizia coisas graves e contundentes. Gostava dos temas econômicos.
Fiscal implacável do Governo, não se recusava apoiar o que lhe parecesse certo.
Lembro que no Governo Fernando Henrique, já na oposição, foi o relator do projeto do executivo que instituiu a lei de responsabilidade fiscal. Pouco afeito à vida partidária, muitas vezes esteve isolado em sua bancada.
No Conselho de Ética do Senado, como nas comissões parlamentares de inquéritos (CPIs), foi sempre firme na busca da verdade e na responsabilização dos culpados.
Não era um profissional da denúncia, mas um julgador implacável.
Podem estar certos que ao chegar lá em cima, se houver algo errado, vai por a boca no trombone e instituir a primeira CPI celestial.
Fui seu colega no Senado Federal. Durante algum tempo, pertencemos ao mesmo Partido. Estivemos sempre próximos. Com freqüência, trocávamos idéias e adotávamos posições comuns.
Era um espírito racional, preocupado com a coerência de atitudes. Na tribuna, falava com elegância e correção vernacular. Sem elevar o tom de voz e sem histrionismo, dizia coisas graves e contundentes. Gostava dos temas econômicos.
Fiscal implacável do Governo, não se recusava apoiar o que lhe parecesse certo.
Lembro que no Governo Fernando Henrique, já na oposição, foi o relator do projeto do executivo que instituiu a lei de responsabilidade fiscal. Pouco afeito à vida partidária, muitas vezes esteve isolado em sua bancada.
No Conselho de Ética do Senado, como nas comissões parlamentares de inquéritos (CPIs), foi sempre firme na busca da verdade e na responsabilização dos culpados.
Não era um profissional da denúncia, mas um julgador implacável.
Podem estar certos que ao chegar lá em cima, se houver algo errado, vai por a boca no trombone e instituir a primeira CPI celestial.
4 comentários:
O senador Péres vai fazer muita falta no Congresso Nacional.
Atualmente são poucos os homens sérios, probos, preocupados com os problemas do país.
Tenho certeza que o Senado de outrora, com Lúcio e Péres, tinha outro nível.
Dr. Lúcio,
Foi realmente uma grande perda para a política nacional, já tão carente de homens de caráter. Principalmente nos dias tristes em que seu partido, o PDT, perde o rumo da ética.
O mais incrível é que o senador Perés anunciou em discurso, em fins de 2006 - época da última eleição, que não mais concorreria a cargo eletivo. Cumpriria seu mandato até o fim, mas se retiraria da política por puro desencanto. Mal sabia ele que sua vontade teria a força de uma premonição, e que infelizmente o destino anteciparia essa decisão.
Nesse discurso, desabafou de forma surpreendente o inimaginável a qualquer político: sua extrema decepção com o povo, pois, como ele afirmou, "a população sabia e sabe dos desvios éticos do governo Lula. E votou mesmo assim." Num outro momento, ele afirma: "Dizem que não se pode falar mal do povo; eu falo".
Sua estatura pequena e corpo franzino eram abissalmente inversos à grandeza de sua ética e ao destemor de sua oratória. Em outubro de 2007, quando foi relator de uma das CPIs de Renan Calheiros, reagiu a uma vil calúnia com um discurso contundente, em que falou: "Canalhas de todos os matizes: eu não sou como vocês. Ética para mim não é pose, não é bandeira eleitoral, não é construção artificial de imagem para uso externo. Ética para mim é compromisso de vida. Agir eticamente para mim é tão natural quanto o ato de respirar".
Esse era Jefferson Péres. Que ao partir, deixa o Brasil mais pobre de homens dignos, e nós, brasileiros, mais carentes de grandes exemplos.
Cris
o Senador Peres,líder do PDT,andava desgostoso com a política no Brasil.Sua morte representa um perda dolorosa para o povo e uma ação polítca com ética,coisa que está cada vez mais escassa nos últimos tempos em os políticos têm foro privilegiados,mas poucos honram a função pública como ex-senador Jeferson Peres.
Muito bom o final do seu comentário de que se houver algo errado no reino celestial, JP vai por a boca no trombone.
Nonalber
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