domingo, 3 de fevereiro de 2008

Memória

No dia 1º, no mesmo local e hora em que o Rei D. Carlos e seu filho, o príncipe Luis Felipe, foram assassinados, ocorreu uma cerimônia singela, a qual acorreram cerca de 500 pessoas, entre as quais vários jovens, para evocar o acontecimento. O Ministro da Defesa portuguesa proibiu a participação da banda de música do Exército no evento por atribuir-lhe natureza política.

A Assembléia da República recusou um voto de pesar pelo regicídio apresentado por um deputado monárquico.

Não obstante a isto, o Presidente da República, Cavaco Silva, esteve presente à inauguração de uma estátua do Rei, em Cascais. Durante a solenidade, na Praça do Comércio, local do crime, enquanto alguns aplaudiam e gritavam Viva o Rei, um grupo auto denominado anarquista, portando bandeiras negras e distribuindo panfletos, exaltava os dois criminosos.

Tantos anos decorridos do episódio, restam marcas históricas na sociedade portuguesa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dr. Lúcio,
Sobre o regicídio do rei Dom Carlos e do príncipe Felipe, lembro-me de uma frase atribuída a Huexotzin, príncipe asteca - 1484-: "Você diz que devo morrer e que nada restará do meu nome, mas as canções que cantei serão cantadas para sempre".
Maria Stuart, outra rainha assassinada, escreveu: “Em meu fim está meu começo”. É este, também, o caso de Nicolau II. Recentemente noticiou-se que será enterrada a múmia de Lênin, exposta no Kremlin. Enquanto isso o túmulo do último Czar, na Catedral de São Petersburgo, recebe flores, todos os dias, por parte das novas gerações russas. Tem um pensamento russo que diz: “Tudo volta. Tudo”. Já no evangelho de João 12:24 também está escrito: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo caindo na terra, não morrer, fica ele sozinho; mas se morrer produz muitos frutos”.
Ou como diz o rurícola cearense: "São as voltas que o mundo dá..."

Armando Lopes Rafael
Crato - Ceará