Duzentos anos da transferência da Corte para o Brasil
Quando Portugal foi invadido pelas tropas de Napoleão, e o General Junot já estava às portas de Lisboa; a Corte, à frente o Princípe Regente D. João VI, embarca para o Brasil levando grande bagagem, inclusive os livros da Biblioteca Real.
Estimam alguns que teria se feito acompanhar de cerca de dez mil pessoas. A idéia de se transferir a sede do reino para o Brasil não era nova, mas a operação parece ter sido muito tumultuada, dada também a limitação de meios da época. Retirada e travessia contaram com a proteção da Inglaterra, então em guerra com os franceses.
A chegada ao Brasil se deu por Salvador, onde D. João VI assina, de logo, ato que autoriza a abertura dos portos brasileiros, antes restrita à Portugal, medida reivindicada pelos ingleses.
O impacto da instalação da Corte no Rio de Janeiro logo se fez notar. A cidade acanhada experimentou um surto de desenvolvimento. Com efeito, uma série de medidas adotadas mudaram a vida da Colônia e plantaram a semente da Independência.
Entre outras, vale destacar a fundação do primeiro Curso de Medicina, na Bahia; a Imprensa Régia, o Jardim Botânico, a Biblioteca Nacional, o Banco do Brasil. Quando o Rei voltou à Lisboa, o Brasil era outro, bem diferente do que encontrou. A Independência não tardaria a chegar.
Muitos bons livros estão lançados e belas exposições organizadas sobre o episódio e seus desdobramentos. Naturalmente, a figura polêmica do Rei tem sido alvo desses estudos. Há os que o consideram apenas um parvo, um fujão que Napoleão pôs a correr, um glutão que andava com pernas de frango nos bolsos.
Contribuiu para essa imagem o filme Carlota Joaquina, da Carla Camuratti. Outros enxergam nele o perfil de um estadista esperto, o estrategista que enganou Napoleão e fez florescer o Brasil.
O momento é oportuno para os estudiosos isentos colocarem-no em seu verdadeiro lugar.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
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7 comentários:
Escrevi abaixo contra a CAPA DE ÉPOCA desta semana, que me pareceu mal formulada, de um primarismo gritante e, sobretudo, tendenciosa, emblemática dos produtos da imprensa brasileira, não raro feitos para atacar o governo do ex-torneiro mecânico, procurando criar, ampliar crises. Um leitor imaginou discordar. A este RESPONDO. Você deveria cuidar para que as suas notas não saíssem sob a rubrica de “anônimo”; melhor que registre o seu próprio nome no caput. É isto fácil de fazer. Pior que o anonimato, só o pseudônimo. De fato HOUVE A CRISE dos aeroportos, chamei-a de “real” no meu comentário. Na pressa, você não leu direito. A qual crise ainda não acabou, motivada por acúmulo de erros. Nela foi omisso o Governo. Equivocada a demissão de Waldir Pires do ministério da Defesa. Este você não pode chamar de “incompetente” nem merece os outros termos insultuosos que você usou. Isto mostra que você desconhece-lhe a biografia. É velho combatente, cassado pelo golpe de 1964, homem publico honrado, coerente, digno. Não teve jamais, no governo, a autonomia que se deu depois a um tucano peemedebista, amigo de FHC e de José Serra. Só reacionários e a mídia é que o elegeram bode expiatório da crise. Você deixou-se enganar.
ERROU, pois, Lula, nomeando Nelson Jobim, personagem inconfiável. Longe de mim pretender blindá-lo contra a crítica. Vi com esperança a chegada do ex-metalúrgico ao Poder - menos por ele mesmo, mais pelo que opunha às velhas oligarquias deste país atrasado e aos seus contumazes representantes. Como Presidente, não soube, porém, conservar as virtudes do candidato, líder sindical. Nem o país tem a ajuda franca de qualquer partido realmente de esquerda. Lamentáveis, pois, as FRAQUEZAS DE LULA. Penso que é alguém chamado a função superior às próprias forças. Não foi ético defender Renan. É omisso em relação a diversos interesses do País, do povo. Como explicar que mantenha Henrique Meirelles à frente do Banco Central? Não faz governo voltado para os interesses da maioria. Também os pobres, mesmo os que recebem o bolsa-família, deveriam sentir-se decepcionados neste assistencialismo vulgar. Lula, porém, nada tem que ver com a linguagem ou os gestos de latrina de certas figurinhas do Palácio. Nem é a imprensa brasileira exemplo de modernidade e competência. Anda longe disso; desobedece aos princípios do Jornalismo.
200 anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Da história NÃO COLHEMOS AS LIÇÕES direito. São já agora 508 anos de atraso, desde a chegada dos portugueses. Como Nação, mal saímos do lugar, apesar de termos tudo para dominar como potência mundial: território vasto, riquezas de muitos setores, população imensa. Mas não há programa, projeto, planejamento. Esperam os brasileiros, os sucessivos governos que tudo caia do céu ou que as grandes potências deixem de nos explorar. Mal compreendem que a prosperidade, o desenvolvimento, a respeitabilidade, o crescimento, o reconhecimento e o fim da desigualdade surgem de duas coisas simples: o fim da subserviência e a ousadia da resistência. Em termos econômicos, políticos, financeiros, eleitorais, democráticos. Depende exclusivamente da nossa vontade, enquanto cidadãos, eleitores. No Brasil a única novidade continua sendo Pedro Álvares Cabral, diz amiúde Hélio Fernandes, na sua Tribuna da Imprensa. Os governos acumulam dívidas em nome do Povo, da República. Depois distribuem salários miseráveis e uma arrogância inquestionável por toda a parte.
E aí Dr. Lucio,você é ou não é candidado a Prefeito de nossa Fortaleza tão abandonada?Nos blogs onde sairam notícias sobre sua candidatura a euforia é quase geral a seu favor.Os Defensores Públicos enganados pelo o atual governador são os mais entusiasmados com sua candidatura pois querem consertar a injustiça que fizeram com você ao não lhe apoiar em 2006 e terem apoiado Cid Gomes que hoje esqueceu tudo que prometeu a classe dos Defensores Públicos do Ceará.
Em que pese a antiguidade da chegada da família real ao Brasil, com as conseqüentes modificações, e a própria independência política, FRACASSA A EDUCAÇÃO brasileira. Pais saídos da matrícula dos filhos nas escolas não podem evitar a expressão mista de palhaços assaltados, deixados seminus. E, contudo, alunos brasileiros, avaliados segundo padrões internacionais, reprovam-se em massa. Em diversas matérias. Incluídos aí os das caras escolas particulares. Tal o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, setor da Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Econômico, vinculada à ONU. Nossa realidade, equivocada, carece de material, bons estabelecimentos, professores bem remunerados, integração comunitária, aliança com o mercado de trabalho. Desse fracasso são também eloqüente sinal as longas, recorrentes greves dos professores da rede pública. Eis o que justifica a dos professores da UECE, que se prolonga agora.
Há outros obstáculos. Real melhoria do sistema educacional não interessa, por exemplo, a diversos grupos empresariais, temerosos de ter de pagar mais a pessoas mais bem educadas. Fraca a formação de professores. Tampouco a legislação prevê incentivos fiscais a empresas que disponibilizem seus parques para a educação dos funcionários. Assim praticado, este sistema educacional colabora muito pouco para o desenvolvimento do Brasil. Este continua, no limiar do século 21, franco exportador de matérias-primas, futebolistas, mulatas. Ou então vasto parque de mão-de-obra barata, a montar, no território nacional, os produtos das multinacionais aqui instaladas justamente por isto. Este fenômeno os governos nacionais costumam apresentar como “integração” com o mundo, largo “investimento”, “progresso” que chega!
Dr. Lúcio:
Segundo o historiador Oliveira Lima, no afã de criar as estruturas do País, Dom João ainda editou o regulamento da Administração Geral dos Correios, criou uma Escola Superior de Técnicas Agrícolas, um laboratório de estudos e análises químicas, a Academia dos Guardas-Marinha, a Academia Real Militar, que incluía Engenharia Civil e Mineração, a Impressa Régia. Estabeleceu, além disso, o Supremo Conselho Militar e de Justiça, o Arquivo Militar, o Tribunal da Mesa do Desembargo do Paço e da Consciência e Ordens, ou seja, o Judiciário independente no Brasil, a Intendência Geral de Polícia, o Erário Régio, o Conselho da Fazenda, o Corpo da Guarda Real. Mais tarde seriam criados o Banco do Brasil, a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional, o Real Teatro de São João e o Jardim Botânico, este último com a finalidade de aclimatar no Brasil espécies vegetais oriundas da África e Ásia.
As regiões mais distantes foram exploradas e mapeadas, e Oliveira Lima relata que o Príncipe Regente mandou pôr marcos de pedra em todas as nossas fronteiras, das Guianas à Argentina. Esses marcos serviriam muito mais tarde, já na República, para calçar as negociações de limites com nossos vizinhos, levadas a cabo pelo Barão do Rio Branco.
Armando Lopes Rafael
Crato - Ceará
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