quinta-feira, 15 de maio de 2014

Sífilis

Na última década do século XV um mal pestilencial, novo e terrível, se alastrou na Europa causando nos doentes pústulas, dores terríveis, enfim, corroendo o organismo. Era a sífilis que se manifestava como uma doença devastadora cujo controle só viria muito mais tarde com o conhecimento de sua história natural, etiologia e eficácia terapeutica.

Para uns teria sido importada da América, um legado da era dos descobim,entos. Para outros sua origem seria mesmo europeia. Segundo Ruy Díaz de Isla no seu "Tratado cõtra o mal serpentino" o mal teria começado em Barcelona no ano de 1493.

Muitos nomes foram dados à sífilis, cerca de 400 designações, atribuidas à povos invasores, desafetos ou relacionados à possíveis causa ou formas de transmissão. Uma das denominações mais conhecidas é a de "mal gálico" (morbus gallicus) associada à ocupação de Nápoles pelas tropas francesas do rei Carlos VIII.

Isso pelo fato de se acreditar que a epidemia tenha começado a partir desse evento trazida pelos soldados franceses. Admite-se que o foco infeccioso entre os gauleses ja houvera sido introduzido pelos mercenários espanhois que integravam o exército francês.

Mesmo sem que estivesse estabelecida a causa da moléstia, e sua forma de transmissão, cedo se atribuiu importância ao contágio pela via sexual. O fato teve grande impacto nos costumes, no controle das prostitutas e dos bordeis com repercussões no mundo das artes.

Goethe nas "Elegias Romanas" assim se expressou :  É absolutamente odioso recear serpentes
                                                                                  no caminho do amor
                                                                                  e veneno sob a rosa do prazer.
                                                                                  Quando no mais belo momento de alegria
                                                                                  da Entrega
                                                                                  o sussurante receio se aproxima da tua cabeça pendente.

Fica claramente insinuado o contágio através do ato sexual. A metáfora da serpente é uma alusão ao potencial maligno da doença que também foi conhecida como "mal serpentino"


                                                                                 

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