sábado, 23 de março de 2013

Livrarias

No Brasil, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, as megalivrarias continuam crescendo apesar da internet. O cenário é de expansão e aumento de vendas.

Há suposições que tentam justificar o fenômeno. No país do norte a Borders fechou todas suas unidades desempregando dez mil pessoas e a previsão é que a Barnes & Noble encerre um terço de suas lojas dentro de dez anos.

Aqui, o pequeno número de leitores, em média quatro livros por ano (incluindo os da escola ?) e a escassez de livrarias (3.481 para 5.500 municípios), sugere que há espaço para crescimento do setor.

A Livraria Cultura, presente em 8 estados, deverá abrir quatro unidades este ano; a Saraiva, maior rede, com cem lojas, abrirá mais quatro também este ano; a Livrarias Curitiba, com forte presença no Paraná e Santa Catarina, inaugurou duas em 2012 e irá se instalar em Sorocaba em área superior a mil metros quadrados.

A consequência dessa expansão tem sido o desaparecimento de pequenas livrarias afetadas pela competição desigual com as grandes cadeias livreiras.

Em 2012 17 lojas em cada cem faturaram entre R$ 7,0 milhões e R$ 10,0 milhões por ano. Em 2009 a proporção era de 3 em cada cem. O crescimento da população universitária também pode ter influido no aumento da demanda. É razoável pensar que novos leitores estejam sendo formados.

O movimento do comércio de um modo geral reflete a migração das compras presenciais para a internet. A Saraiva hoje já tem 38% de suas vendas realizadas por esse meio tendo o livro como carro-chefe. A oferta de outros produtos além de livros contribue para elevar o faturamento desses estabelecimentos.

Essas grandes lojas acabaram por alterar o conceito de livraria abrindo espaços agradáveis e seguros para tomar café, marcar encontros e reuniões. São versões contemporâneas dos antigos cafés do século XIX e início do século XX onde intelectuais e escritores costumavam se reunir em tertúlias culturais.

 Nesse aspecto as livrarias brasileiras se mostram muito mais aconchegantes que suas congêneres americanas.

Saiba mais no jornal O Estado de São Paulo, edição de 17/02/13


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