segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Baladas

Tales Ab`Saber, professor da UNIFESP, é psicanalista e autor do livro "A Música do Tempo Infinito" da Cosac Naify lançado em outubro do ano passado.

Na obra examina o fenômeno das baladas que fascinam a juventude de hoje. Para se ter uma ideia, em São Paulo 500 casas noturnas foram licenciadas em 2012 e há mais 600 na fila aguardando alvará. Em Santa Maria, antes da tragédia da Kiss, eram pelo menos cinco baladas por dia, de quinta-feira à sábado.

"É uma festa intensa que não deseja terminar jamais"; "trata-se de um dispositivo de época para a gestão do prazer", diz o psicanalista.

O que celebram esses jovens :

"Celebram o desencanto de uma geração cujos impulsos de radicalização humanista, estética e política foram reduzidos a meras práticas de consumo.
Celebram a balada, a boate de massa que virou o novo espaço da república pop.
Celebram uma juventude atomizada entre as vidas difíceis de mercado  e um hedonismo turbinado pela compulsão de ser feliz, como manda a propaganda.
No caso da Kiss, celebram um Brasil em que a relação entre empresários, agentes públicos de segurança e políticos é toda degradada.
Celebram enfim o que não é para ser celebrado".

Saiba mais na entrevista exclusiva de Tales Ab`Saber ao Estado de São Paulo. edição de 03/0213

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