segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Poesia

                                                                
                                                      NÃO HÁ DEUSES

Não há deuses e você pode fazer o que quiser:
Jogar uma partida de tênis, dar voltas de carro, fazer algumas compras

Ou sentar-se e conversar, conversar, conversar
Tendo nas mãos um cigarro que vai amarelando seus dedos.

Não há deuses e você pode fazer o que quiser...
Divertir-se à vontade

Mas deisxe-ma, deixe-me só comigo mesmo!
Mas, então de quem é esta presença no qaurto?
Que torna o ar tão calmo e agradável?

Quem, de cada lado, me aflora suavemente o peito
E toca-me sobre o coração
De modo que ele bate pacificado, pacificado?

Quem alisa os lençóis como alisa o oceano verdejante
Quando os peixes na orla estão imersos em sonhos?

Quem abraça e junta meus pés nus
Até que desabrochem - flores de lótus-
Até que tudo esteja bem, perfewitamente bem?

Eu lhes digo: não é mulher nem homem porque estou só
E adormeço com os deuses, com os deuses
Que não existem ou existem
De acordo com o que a alma deseja,
Como um lago em que mergulhamos ou não mergulhamos

D.H.LAWRENCE
Traduzido por César Luiz Paulini


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