terça-feira, 13 de março de 2012

Saúde II

No embalo das más notas que a saúde brasileira recebeu em inquérito feito pela Ministério da Saúde a Presidente Dilma anunciou o monitoramento através de câmaras postadas em alguns dos maiores hospitais brasileiros.

O Instituto José Frota será um deles. O Big Brother chegou à saúde. Dilma diz que como mulher gosta de acompanhar de perto e saber dos detalhes para melhor agir.

Filas de pacientes, em pé, sentados, ou em macas, nos corredores de hospitais, não constituem imagens agradáveis. Sempre considerei invasiva da privacidade a forma como a imprensa, jornais e televisões têm acesso às emergências dos hospitais a título de denunciarem as más condições de atendimento.

A exposição de pacientes descompostos, comatosos, sofridos, mal apresentados, viola a meu ver o direito de imagem. A imprensa coloca acima disso o direito de informar e nunca quis fazer uma discussão séria sobre o assunto. As pessoas são vítimas do mau atendimento e da avidez da mídia.

Terá mesmo a Presidente, ou quem olhe por ela, o direito de surpreender essas pessoas em penosas situações de abandono e angústia sem que tenham autorizado a transmissão dessas imagens?

Acho que há aí uma questão ética a ser melhor observada. Logo que a prefeita Luiziane assumiu procurei-a para integrar o Ciops com o sistema de monitoramento de trânsito afim de potencializar a capacidade instalada para detectar crimes e bandidos à altura dos semáforos.

Antes de conhecer o projeto e assinar o convênio fez uma longa peroração sobre os riscos do monitoramento por câmaras que considerava a confirmação da previsão de Orwell no livro 1984, vigilância e dominação do Grande Irmão sobre os indivíduos.

Não me consta que tenha oposto qualquer ponderação quanto à instalação pela polícia de câmaras de vigilância em ruas da cidade. Muito menos se insurgirá agora contra o tele controle federal.

É a confirmação do bordão de que na prática a teoria é outra...

Saiba mais em O Globo, edição de 10/03/10

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