quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sugestão

A roubalheira dominante na política brasileira ocorre através de canais institucionais ardilosamente constituidos nas entranhas do poder por operadores políticos que vislumbram ganhos financeiros.

Entre outros dutos por onde escoa o dinheiro público para o charco da corrupção distingo dois :

1 - Elaboração de projetos. A abertura de licitação para construção de obras a partir do projeto básico enseja, por impreciso, a necessidade de aditivos, uns, honestos, outros, nem tanto, durante a construção.

O hábito de lançar concorrências sem o imprescindível detalhamento está arraigado na administração pública brasileira. Atende à pressão que o gestor sofre para oferecer resultados físicos no curto espaço de seu mandato.

Para agravar o problema, de um modo geral, as agências do governo não dispoem de um banco de projetos dos quais se possa lançar mão tão logo hajam recursos e se recomende sua implantação.

A situação piora devido a um mau hábito dos governos em todos os níveis: a descontinuidade administrativa.

Mesmo com  a exigência legal da existência de dotação orçamentária para que se inicie uma determinada obra essa costuma ser interrompida, quando não abandonada, arrastando-se durante anos, enquanto outras são iniciadas, por desinteresse do governo em exercício.

O resultado não pode ser outro : elevação dos custos.

O projeto pode demorar a ser feito para que sejam atendidos os indispensáveis requisitos técnicos e se escute a voz da sociedade. A obra pode ser rápida quando bem projetada e executada com exigida competência.

Na vigência da crise do ministério dos transportes a presidente Dilma anunciou a louvável decisão de só abrir licitações com base em projetos executivos.

Torço para que isso aconteça. Para tanto enfrentará desafios incrustados na esfera governamental e no clube das grandes empreiteiras.

O primeiro teste está a vista : as obras da Copa.

continua...

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