sexta-feira, 17 de junho de 2011

Presente grego

A Grécia acena para Bruxelas com um autêntico presente grego: a falência do país.

As medidas de contenção de gastos associadas ao empréstimo de 110 bilhões de euros feito pela União Europeia não resolveram a grave crise econômica estando o país a beira da insolvência.

Novos cortes de despesas enfrentam uma tenaz resistência dos prejudicados o que torna a proposta inviável politicamente.

O fantasma do calote grego assombra o mundo financeiro e não só na zona do euro.

A ideia de reestruturação da dívida pública grega já começa a ser cogitada pela Alemanha e França cujos bancos são grandes credores da Grécia.

O Banco Central Europeu reage à ideia que considera um perigoso precedente.

Há quem advogue, no pé em que as coisas se encontram, ter chegado a hora do setor privado dar sua contribuição para resolver o problema.

Para a Grécia não falir seria necessário um apoio de mais 80 bilhões de euros.

Até o momento os europeus parecem não ter encontrado o caminho para a solução da crise que já se arrasta há bastante tempo.

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

Terá sido a obra máxima do liberalismo econômico o conseguir quase quebrar, há pouco, a outrora robusta economia americana.

No vórtice cíclico destas crises, vai de vez em quando uma ou outra nação como a Grécia, Portugal.

Ver a tolice mentirosa da própria teoria econômica: segundo ela, é racional o produtor, o investidor, o consumidor e o próprio Mercado; todas as decisões são previamente pensadas ante a avaliação de todas as demais oportunidades e o próprio Mercado dispõe de mecanismos salvadores de auto-regulação.

Já se viu que não é isto ciência, mas teologia: "Credo quia absurdo".

É o momentos destas formidáveis quebradeiras mundo afora a máxima demonstração do fracasso do liberalismo econômico como modelo definidor das oportunidades. Na tempestade, consomem-se sonhos, vidas, destinos de indivíduos como de gerações.

Sobejam agora sinais evidentes da necessidade de reformas no modo de produção e de distribuição de riqueza, mas por enquanto ainda respiram os velhos monstros, bem plantados no coração da humanidade desde o fim da Idade Média.

As reformas são imperativas, mas quando virão?