Estive por uma semana em Paris. Fiquei hospedado em um pequeno hotel do Quartier Latin próximo à Sorbonne.
O tempo esteve bom, frio, com sol, sem chuva. Assim foi possível peregrinar pelas incontáveis livrarias do bairro, grandes e pequenas, famosas e desconhecidas, nas quais gastei o que foi possível e a mala suportava.
Visitei museus e exposições, orei na Notre Dame, onde um casal de noivos posava para fotos numa cena que parecia saída de um filme.
No pátio do Pompidou reencontrei a descontração da juventude e os eternos aprendizes de artista, no interior do edifício o grafismo colorido de Mondrian e integrantes do movimento De Stjil de tanta influência na pintura e arquitetura modernas.
No Museu de Luxemburgo, ao qual nunca havia ido antes, em salas escuras, apinhadas, olhei por cima de ombros a beleza dos quadros de Lucas Cranach em meio à babel de línguas de explicadores de excursionistas.
No Panteão, antiga igreja de Santa Genoveva, reunidos na morte, numa cripta fria e ampla, os grandes nomes da política e das letras francesas justificavam no silêncio póstumo o orgulho da grandeza de la France éternelle
Andei a toa, como um perfeito flâneur, a pé e de onibus, com um olhar atento que registrava os pontos de interesse. Deparei-me com muitos brasileiros, cearenses alguns, inclusive no hotel onde estava.
Fui ao Salão do Livro, uma formidável exposição de editores e livreiros franceses e estrangeiros onde escritores davam autógrafos e aconteciam palestras e debates. Aí fui achar livros que seria impossível encontrar não fora em uma mostra como aquela.
A REBRA (Rede Brasileira de Escritoras) lançou aí um livro, publicado por uma editora francesa, com a participação de várias associadas, Maria Beatriz, entre outras.
Foi ótimo rever Paris, depois de anos de ausência. Sem a ansiedade de ver tudo, que é o mesmo que não ver nada. Até os franceses me pareceram menos ríspidos com os turistas; ouvi poucos pardon, senha para passagem, acompanhada de um encontrão ou cotovelada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário