O fim de semana foi no Alentejo. O tempo estava bom, fazia sol e céu claro embora as noites fossem muito frias. Em Beja nos hospedamos numa das Pousadas de Portugal, hoteis situados em antigos edifícios restaurados e entregues para exploração hoteleira a particulares.
Dormimos por duas noites no Convento de São Francisco adaptado para as novas funções. Conforto aliado a tradição.
O principal monumento visitado foi o Museu Regional situado no Convento de N. Sra. da Conceição com um acervo significativo de arte sacra despontando em sua história o episódio de Soror Mariana do Alcoforado a freira que perdida de amor pelo francês cavaleiro Chamilly escreveu-lhe as famosas Cartas Portuguesas.
Está lá, embora não mais no sítio original, a janela da freira através da qual contemplava o mundo e a paixão.
Na década de setenta do século passado três escritoras portuguesas escreveram, inspiradas no episódio, um livro com o título As Novas Cartas Portuguesas um grito em favor das mulheres e da liberdade sufocada pelo regime salazarista. A publicação foi um sucesso de vendas. Deste livro acaba de sair uma nova edição.
Os amplos espaços verdes pontilhados por suaves elevações, os montes, como são chamados, sobre os quais ainda se veem as tradicionais casas brancas barradas de azul. As primeiras flores anunciam a primavera que se avizinha semeando no campo o azul, o branco, o amarelo, numa delicada policromia.
Oliveiras naturais, dispersas, ou agrupadas em imensos olivais intensivos explicam porque Portugal é o maior produtor mundial de azeite.
continua...
quarta-feira, 2 de março de 2011
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Um comentário:
Caro Dr. Lúcio,
Fiquei intrigado ao saber que o amor reprimido de Mariana Alcoforado ensejou, passados três séculos, um livro de suas patrícias contra a repressão salazarista.
Outra indicação: Dalgimar, em janeiro passado, viajou durante duas semanas, acompanhado da Ana Menezes, por Portugal e daí para a Cidade-Luz. Como produto, ambos fizeram um e-book, disponível na net, expondo essa odisseia.
Seria proveitoso, portanto, que o senhor voltasse ao Brasil com um livro sabático.
Cordialmente,
Marcelo Gurgel
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