quinta-feira, 2 de julho de 2009

A frase do dia

E és também o que terás perdido.

Jorge Luis Borges

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

De que matéria, e saberes, e impressões, e sonhos, e devaneios, e circunstâncias se faz cada um de nós é o que jamais se listou completamente até hoje.

Como definir a exata importância daqueles elementos na composição de nosso corpo e espírito?

Capítulo novo da medicina molecular confirma a célula, até os mínimos elementos, como definidora do caráter e do temperamento.

Um mínimo cromossomo a criar, justificar o talento para as artes, o pensamento, a robustez física, a paciência, a violência, a longevidade, a saúde, a doença. Ou, no cérebro, a presença ou a carência dos neurotransmissores.

Psiquiatras tentam vencer a depressão do paciente com acrescentar-lhe lítio na dieta.

Mas constitui um nunca acabar saber até que ponto concorre cada destes elementos para a formação de nossa história, caráter, vida.

Inegável é que não ficou, no passado de cada um, nem um dia, lembrança, passeio, estada, moradia, familiares e vizinhos e desconhecidos, amados ou desprezados, odiados que não permaneçam, de algum modo, vivos e presentes agora. Para sempre.

Um menino franzino, asmático, vai ao médico, que lhe prescreve natação como exercício para melhorar o fôlego – e, às vezes, sai daí um campeão. Eis exemplo de uma doença a fazer um atleta.

Outro, temperamento retraído, criado em ambiente severo, recebe apenas livros como companhia – não raro começa assim um pensador, um escritor, um intelectual.