quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cinema

Há um filme que, pelo que li, merece ser visto. É Katyn, do renomado cineasta polonês Andrzej Wajda. O autor confessa que há anos é obcecado pela ideia de narrar o episódio sinistro do genocídio de oficiais poloneses.

O fato, inicialmente atribuído aos nazistas, foi de responsabilidade dos comunistas. Durante a guerra, a Polônia foi ocupada pela Alemanha, tendo se estabelecido um governo polonês no exílio, com sede em Londres.

Quando a derrota alemã estava prestes a ocorrer, aliados de um lado e russos de outro, avançavam sobre a Europa, Churchil insistia com Roosevelt para garantir o retorno ao poder dos poloneses exilados.

A leniência do presidente americano em relação à Stalin permitiu a ocupação da Polônia e de outros países do leste europeu, bem como a divisão da Alemanha. Constituída a URSS, estava pronto o cenário da guerra fria.

A Polônia, a meio caminho da Rússia, tem sido uma vítima de todas as guerras europeias, palco de muitas tragédias. Vítima da tirania dos invasores.

Katyn é o nome da floresta russa na qual teriam sido mortos 14.000 poloneses, entre militares e civis, inclusive o pai de Wajda.

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 08/04/09.

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pela expressão "leniência do presidente americano em relação à Stalin".

É verdade que Franklin Delano Roosevelt tem seus méritos na sua atuação para superar a recessão americana na década de 30 do século passado, mas, na mesma proporção, tem também culpa na expansão de Stalin e suas atrocidades pelo mundo pós 2ª guerra mundial ...

Célio Ferreira Facó disse...

Acerca dos incidentes e do caráter da Segunda Guerra Mundial, foi o historiador Eric Hobsbawm, no seu trabalho A Era dos Extremos, que anotou este paradoxo: foram os russos, sob o regime soviético, que colaboram efetivamente por conter o nazismo e conservar a democracia e o capitalismo triunfantes no resto do mundo, sobretudo na Europa.

Em matéria de filmes, nunca se acabam de elogiar os bons, que são muitos, inumeráveis.

Depois da Chuva é um belo filme de Akira Kurosawa. Ação no Japão medieval, de muito antes da revolução.

Um cavaleiro, chamado a compor a guarda de proteção de um grande vassalo, mostra que desempenhará com honra a função: lealdade, precisão, técnica, fidelidade. Ao seu senhor de terras, mas não o apoiará incondicionalmente. O cavaleiro não se permite nada fora da lei ou da moral. Nem sequer a mentira.

Dá uma lição sempiterna aos ministros e administradores de todo o mundo em todos os tempos.

A fidelidade a nenhum credo, fé ou partido dispensa o arbítrio do indivíduo e a manutenção dos princípios antes demonstrados.

Eis onde falham por aqui, com freqüência, deputados, congressistas e ministros, achados em posições insustentáveis, melancólicas.

Anônimo disse...

Dr. Lúcio,

Infelizmente o filme só será exibido em SP. Mostrar o socialismo real não dá ibope...

Sobre Roosevelt, é bom lembrar que a leniência talvez tenha sido realmente calculada. Os aliados precisavam dos Russos, que poderiam ter expulso os alemães de seu território e pronto. Stálin botou preço para continuar na guerra e um deles foi a divisão territorial pós-guerra.