domingo, 13 de janeiro de 2008

Humor

O Imperador da Prússia, ao visitar o Observatório Imperial, indagou displicente:


Então, o que há de novo nos céus?
Ao que o astrônomo-mor respondeu:
Vossa Alteza já sabe o que há de velho?

O episódio serve para realçar o fato de que não há nada de totalmente novo, sem ligação com o passado.

Em ciência, cada avanço faz-se sobre conquistas anteriores. E até sobre experiências frustradas.

São erros e acertos que conduzem a grandes êxitos.

2 comentários:

Anônimo disse...

concordo

Célio Ferreira Facó disse...

CABE, é certo, dar à anedota acima, como se fez, a explicação de que a ciência é uma construção coletiva, paulatina, a exercer-se pelo tempo afora. Assim o achava Isaac Newton, que afirmou no seu Philosophia Naturalis Principia Matematica, explicando como tinha podido descobrir tantas e tão importantes leis da física e capítulos novos da matemática, ter-se apoiado nos trabalhos de mestres anteriores: Galileu, Kepler, Copérnico. “Se vi tão longe”, disse, “é por que estava sobre os ombros de gigantes.” Os antigos judeus puderam escrever no Velho Testamento: “Nada de novo sob o sol”.
Cabe também considerar a resposta do arguto astrônomo uma demonstração da ignorância e da arrogância imperiais, tão encontradiças entre quase todos os governantes desta planeta. Sobretudo os atuais.
Assim é que o inventor do Xadrez teria respondido do mesmo modo ao Imperador do seu país, que queria presenteá-lo pela descoberta do jogo. “Peça o que quiser e terá”, ouviu. Como o inventor quisesse demonstrar-lhe a conveniência de ser racional e prudente, sobretudo em Política, fingiu pedir um grão de trigo pela primeira casa do tabuleiro, dois pela segunda, quatro pela terceira, oito pela quarta... Assim até a última. O Imperador cuidou satisfazê-lo com uma mão cheia de trigo. Cálculos posteriores, feitos depois, ante a advertência do sábio, mostraram-lhe que nem todos os campos férteis do reino, cultivados, não produziriam o trigo necessário para pagar a oferta imprudente.
Esta lição todos os homens públicos deviam conhecer, para manter a própria honra, desde os trabalhos da campanha.