domingo, 28 de julho de 2013

Medicina e médicos I

Há um debate nacional sobre o número ideal de médicos e sua distribuição no território nacional. As propostas feitas pelo governo federal são rejeitadas pelos médicos e suas entidades de classe.

Há muitos fatores que explicam a elevada concentração dessses profissionais nos grandes centros urbanos. Ocorrem-me pelo menos três deles que julgo serem os mais importantes.

A saber :

Atração urbana - Os médicos se formam nos grandes centros urbanos onde se localizam as faculdades de medicina. Nascidos nessas cidades ou egressos do interior acostumados à dinâmica urbana apegam-se às oportunidades, profissionais e de lazer oferecidas por esses centros relutando em transferirem-se para outras localidades menos desenvolvidas.

Instabilidade no emprego - O emprego nas cidades do interior está, em geral, ligado ao municipio. Há impontualidade no pagamento e dependência do humor político do governante no poder. O vínculo laboral é precário. As alternâncias no comando municipal costumam gerar despedimentos em decorrência de comportamentos eleitorais. Não é dificil compreender porque os médicos que aceitam esses empregos são em sua maioria os recém aposentados e os recém formados.

Condições de trabalho - Temos aí um problema que decorre  da formação do médico. É impossivel que tenhamos nos pequenos municípios a mesma estrutura para realização de exames complementares com fins diagnósticos. A grande maioria das ocorrências que levam alguém a procurar um médico são simples, banais mesmo. Acontece que o médico egresso de nossas faculdades não está preparado para trabalhar com o emprego de baixa tecnologia além de optar precocemente por uma especialidade o que compromete uma visão integral da doença e do doente. Sendo assim sente-se inseguro para exercer a medicina no interior e prefere permanecer em cidades maiores ainda que com baixa qualidade de vida.



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