sábado, 28 de abril de 2012

Cartas II

Cartas constituiram sempre um importante meio de comunicação entre as pessoas. A partir delas é possível perceber relações humanas, quanto à sua intensidade e qualidade, entender episódios e atitudes que se explicam nas correspondências.

Sua natureza reservada enseja a revelação de fatos e sentimentos que normalmente não viriam à luz mas explicam vidas e trajetórias pessoais.

Por isso são inúmeras as obras publicadas com base nas correspondências de escritores e políticos com o objetivo de contribuir para um melhor conhecimento desses personagens e compreensão do ambiente em que atuaram.

Tornaram-se famosas cartas de amor e despedidas de suicidas.

O gênero epistolar saiu de moda. Já não se escrevem cartas. Tudo que chega nas caixas dos correios são extratos bancários, cobranças, propaganda comercial, convites, uma papelada burocrática ou inútil.

A comunicação se faz agora pelas asas velozes da internet. O nome da carta é email. O papel foi substitutido pela tela brilhante do computador. O resgate das mensagens está agora na órbita dos bisbilhoteiros divulgadas segundo sua conveniência.

O wikileaks é a expressão máxima desse voyeurismo virtual.

O imediatismo do email não tem compromisso com a posteridade. O estilo telegráfico inova a linguagem, introduz palavras e uma nova ortografia. Anuncia a morte lenta da escrita cursiva.

Nesse clima de decadência do missivismo há os que ainda exploram o gênero para interpretar emoções e confidências reservadas aos destinatários.

É o caso da revista Correspondências - o gênero epistolar, edições Colibri, cujo número 1 data de 1998. No texto de abertura afirma-se que " carta instala-se na fronteira instável entre o que é e o que não é literatura, se é que alguma vez se poderá chegar a uma conclusão segura sobre o assunto".

A pergunta talvez não encontre resposta mas o conteúdo das cartas é um campo fértil para o estudo dos autores e suas obras.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Cartas

Serão necessários 15 anos para que a Cambridge University Press dê conta de reunir, organizar e publicar toda a correspondência de Ernest Hemingway. O trabalho teve início em 2002.

O conteúdo, composto de cartas, telegramas, rascunhos não enviados, será abrigado em 18 volumes.

A Martins Fontes adquiriu os direitos para publicar no Brasil o primeiro volume que abrange o período de 1907 a 1922. O lançamento deverá ocorrer em 2013.

Leitura II

O Plano Nacional do Livro e da Leitura  (PNLL) prevê para 2012 a capacitação de 7.672 agentes de leitura.

Os agentes irão promover a leitura mediante visitas domiciliares, empréstimos de livros, rodas de leitura e outras ações que fomentem o hábito de ler.

Fico feliz de ver um projeto desenvolvido durante meu governo se transformar num programa nacional a cargo do governo federal.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Leitura

A Presidente Dilma acaba de lançar em boa hora o Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) o qual contempla várias ações para facilitar o acesso ao lvro e difundir o hábito da leitura.

Entre outras atividades previstas está a implementação do programa de agentes de leituras a serem distribuidos por todo território nacional.

A iniciativa nasceu no meu governo para despertar nas populações mais humildes o interesse pela leitura, a contação de histórias e maior aproximação com as raizes populares da nossa cultura.

Seu sucesso levou-o a ser adotado pelo governo federal.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Livros

23 de abril, Dia Mundial do Livro

Livros são a medicina do esquecimento.

Padre Antonio Vieira

domingo, 22 de abril de 2012

A frase do dia

Antes de ser melhor que eu, ele deve ser melhor que o Neymar, o que ainda não é. Só é mais experiente.

Pelé, ironizando o "ranking" entre jogadores brasileiros e argentinos.

Burocracia

O Brasil cria 776 normas burocráticas por dia útil. O furor normatizante extravaza do setor público e contamina parte da iniciativa privada.

A estatística abrange a União, os Estados e os municipios e compreende leis, medidas provisórias, decretos, emendas  constitucionais e outras, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Direito Tributário.

No total, 13 bilhões de palavras foram escritas desde a Constituição de 1988 para tentar reger o país, publicadas na forma de 4,4 milhões de normas.

Só a legislação tributária, quando impressa, pesa 6,7 toneladas, segundo o advogado Vinicios Leoncio que está reunindo esses documentos em um livro que terá 43 mil páginas.

O pior é que esse cipoal de normas não impede a corrupção bem como, pela forma como as leis são elaboradas, não permite saber com clareza quais delas se encontram em vigor.

A psicológa Andrea Sebben, que ensina executivos estrangeiros a entenderem o comportamento dos brasileiros, diz que "quanto maior a flexibilidade de um povo, mais se burocratiza para tentar conte-lo. Mas, quanto mais a gente burocratiza, mais flexível a gente se torna".

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 15/04/12



BNB

O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) acaba de sofrer um forte golpe na sua consistência financeira. A Medida Provisória 564/12 retira dele a exclusividade das operações com o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE).

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal passam tambem a realizar operações com o fundo.

A medida representa um esvaziamento do BNB e consequente enfraquecimento institucional. A decisão do atual governo de circunscrever a atuação da instituição ao micro-crédito e às pequenas empresas já retirava seu poder de financiar investimentos de grande porte impulsionadores do desenvolvimento regional.

Aos poucos se esvazia o Banco e se subtrai dele o poder de alavancar o desenvolvimento do nordeste, fundamento de sua criação fortalecida pela Constituição de 1988, que lhe destinou recursos estáveis agora partilhados com outras agências de crédito.

Considero que a reação à essa medida tem sido tímida e conformista. Espero que a imprensa, políticos e empresários, melhor informados sobre suas graves consequências atuem para barrá-la antes que seja convertida em lei.

Agradecimento

Há uma semana sofria um acidente na via pública ao me desequilibrar e cair da bicicleta em uma rua em declive próximo à Beira-Mar.

Os danos sofridos me obrigaram a um período de internação hospitalar por 24 horas para observação clínica.

Em casa tenho me recuperado satisfatoriamente. Devo me submeter a uma pequena intervenção cirúrgica na próxima terça-feira. Confio em Deus e nos excelentes profissionais que me assistem que tudo correrá bem.

Agradeço a todos que de uma forma ou outra manifestaram sua solidariedade e preocupação com meu estado de saúde.

De forma especial sou muito grato ao Breno que me recolheu imediatamente após a queda e me conduziu em seu carro ao hospital. Em seguida esteve no prédio onde moro para trazer a bicicleta e avisar à minha mulher.

Só veio a saber quem eu era durante o trajeto para o hospital. Acudiu a um acidentado anônimo ensanguentado e abalado pelo impacto do choque com o solo. Um gesto nobre que dá crédito ao conteúdo humano das pessoas, ameaçado pelo egoísmo e a indiferença que avançam na sociedade.

Não fiquei com seu endereço, sequer tenho seu nome completo, mas tenho enorme desejo de encontrá-lo para abraçá-lo com o calor da minha gratidão. Não só por haver me atendido em momento tão delicado mas por ter revigorado minha crença no ser humano.