quinta-feira, 5 de março de 2009

Proeza

Em dois anos do atual governo do Estado do Ceará, o número de casos de dengue já é igual aos quatro anos do governo anterior.

Imprensa IV

Fiquei surpreso ao ler notícias de condenação de jornalistas à prisão, em Portugal, em decorrência de alegados crimes no exercício da profissão.

O primeiro caso foi o do jornalista Manuel Maria Múrias, detido durante 14 meses por ter fundado, em fins de 1974, portanto após a Revolução dos Cravos, o semanário BANDARRA.

Liberto, fundou outro semanário, A RUA, no qual viria a publicar artigo insultuoso sobre Mário Soares, que valeria condenação com pena de prisão, por alegado crime de abuso de liberdade de imprensa.

A antiga diretora do jornal INDEPENDENTE, que já não existe, Inês Serra Lopes, poderá ser a segunda jornalista a cumprir pena de prisão, após o 25 de Abril.

Foi condenada pelo Tribunal da Relação a um ano de prisão, pelo crime de favorecimento pessoal na sua forma tentada no processo Casa Pia ( um escândalo de pedofilia em uma instituição de abrigo para menores, que envolve jornalistas, políticos e pessoas de destaque na sociedade).

Ela teria favorecido, mediante notícia distorcida, pessoa acusada no processo que, entretanto, tinha seu pai por advogado.

A liberdade de imprensa é um valor inquestionável, garantidor da democracia. Cumpre zelar por ele e exigir dos jornalistas que estejam à altura da sua importância moral.

Saiba mais no Diário de Notícias, edições de 08/01/09, 06/02/09, 04/03/09; e no Público, edição de 17/01/09.

Imprensa III

Em Portugal, à semelhança da Inglaterra, a imprensa é acompanhada por um organismo, a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), que zela pelo equilíbrio da cobertura, a veracidade das informações veiculadas e o respeito à imagem das pessoas alvo do noticiário.

Observo que a RTP, estatal, distribui equitativamente o tempo dos telejornais entre os partidos e as personalidades políticas. Diferentemente do que acontece com a TV Ceará, por exemplo...

Anote-se que, no momento, em ano eleitoral, o Primeiro Ministro José Sócrates, é diariamente fustigado pela imprensa, acusado de envolvimento no licenciamento favorecido de um grande centro comercial, o Freeport.

A propósito, o diretor do semanário O SOL, declarou que alguém próximo do Primeiro Ministro, mas não integrante do governo, conhecedor da delicada situação financeira do jornal e das negociações em curso para obtenção de aporte de capital, disse que tudo iria depender das próximas publicações...

Seguramente não se trata de filme inédito.

Imprensa II

Aqui, como em qualquer outro lugar, os jornais se queixam de dificuldades financeiras decorrentes da competição com as novas midias e da mudança de hábitos dos leitores, agravadas pela crise em que o mundo submergiu a partir do segundo semestre do ano passado.

A entidade portuguesa que congrega proprietários dos meios de comunicação sugeriu ao governo, como medida para enfrentar a crise, conceder incentivos fiscais às empresas que anunciassem através deles. A resposta foi, obviamente, negativa.

Na França, foi diferente. O Presidente Sarkozy anunciou investimento de 600.000.000 de euros, em três anos, para salvar os jornais. A iniciativa atende a 90 propostas contidas no livro verde, elaborado por um grupo de trabalho intitulado Estados Gerais para a Imprensa.

Entre outras medidas, consta a duplicação do investimento em comunicação institucional do Estado e organismos públicos na imprensa.

Os jornais espanhóis acusam perda de leitores e anunciam demissão de funcionários. Mesmo o ABC, único cujas vendas sobem, informou que irá despedir mais da metade dos seus trabalhadores.

Imprensa

Chama-me atenção, na imprensa portuguesa, o número de títulos de publicação regular, se tivermos em conta que a população do país gira em torno de dez milhões de pessoas.

São vários jornais diários e alguns semanários, bem como numerosas revistas, de periodicidade variável, temáticas ou de conteúdo múltiplo. Os diários adotam o formato tabloide, os semanários o tamanho maior.

Têm ainda como característica uma profusa distribuição de brindes aos compradores dos jornais e revistas, muito variados, alguns colecionáveis, (livros, taças, talheres, DVDs, etc), gratuitos ou vendidos a preços módicos. Ora junto com os jornais, ora a serem retirados nas bancas no dia seguinte, mediante apresentação do cupon que vem anexo à publicação.

Aos sábados acompanham os jornais revistas de boa qualidade gráfica e editorial.

Os jornais diários de maior tiragem, Correio da Manhã e Jornal de Notícias, chegam próximo dos 100.000 exemplares cada.