sábado, 6 de outubro de 2007

Coerência


O Governador do Estado declara à imprensa: a polícia do Ceará é despreparada.

Providência tomada: redução da duração do curso de formação de novos policiais militares para três meses, e da carga horária em torno de 40%.

Investimento

O jornal "O Povo", edição de 3/10/07, publicou matéria na qual avalia o investimento feito pelo Governo do Estado do Ceará este ano, estabelecendo comparação com os números de 2003 e 2006 referentes a igual período.

Este ano, só foi investido 10,25% do previsto no orçamento, o que representa 52% e 77% a menos do que em 2003 e 2006, respectivamente. Como se pode ver, um desempenho pífio.

Lembro que ao assumir, encontrei o Estado em situação financeira bastante delicada, demandando um enorme esforço gerencial para equilibrar as contas. Reitero o que já afirmei em outras oportunidades: entreguei o Estado em muito melhor condição do que recebi.

Quanto à afirmação do Secretário da Fazenda, de que o Ceará tem superavit que paga juros e amortização da dívida, é correta. Faltou dizer que a condição não é nova. Já data de alguns anos. Somos um dos poucos estados que não deixa resíduo de dívida com o tesouro nacional.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Até que enfim!


Causava-me estranheza o silêncio das instituições deste Estado, como também da sociedade, diante dos repetidos episódios de graves violações aos direitos humanos, ocorridos no Ceará desde o início do atual Governo. Felizmente, hoje, a Ordem dos Advogados, Secção Ceará, coerente, reage e assume a cobrança de providências ao pedir a federalização das apurações.

Casos de queima de arquivo, vindita policial, operações policiais desastradas, com mortes e feridos graves; rebeliões nos presídios, com mortos; delegacias de polícia com excesso de presos, são fatos que requerem a mobilização de entidades outrora tão atuantes...

Onde anda, por exemplo, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, antes tão presente no Ceará, e sempre muito bem recebida por mim e pela minha equipe de Governo?

Não quero admitir que a referida assiduidade decorresse do fato de que o Secretário Adjunto do titular da Secretaria Nacional de Direitos Humanos fosse o meu colega Mário Mamede, filiado a um Partido que me fazia notória oposição.

Por menos do que está ocorrendo agora, não faltou quem quisesse responsabilizar meu Governo até por crimes (grupos de extermínio) ocorridos em governos anteriores ao meu. A oposição raivosa falava até, inconseqüentemente, que era caso de intervenção federal.

Afinal, havia por parte das entidades pertinentes, uma preocupação real com uma política de direitos humanos ou com uma política partidária?

Dois pesos e duas medidas

Partidos de oposição ao Governo Federal, o Democratas (DEM), o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), o Partido Popular Socialista (PPS), pleitearam ao Supremo Tribunal Federal (STF), com base em decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cassar os mandatos dos deputados federais que os deixaram para ingressar em outros partidos.

O STF decidiu que o mandato é dos partidos. Mas estão passíveis de perder o mandato apenas os que fizeram a troca após a manifestação do TSE.

Agora, a oposição reclama o fato do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), ter substituído os senadores Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon, como membros da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal. Por mais ilustres que sejam os senadores, e os dois o são, os lugares pertencem ao Partido, que os indica através do líder.

Portanto, a vaga é do Partido, e não do senador. Por que a chiadeira, se defendem tanto o fortalecimento dos partidos?

Menos casuísmo e hipocrisia fará mais bem ao Brasil que qualquer reforma política.

De volta para o passado


Assumiu o Comando da Polícia Militar do Ceará, o Coronel Wiliam. No meu Governo, comandou o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).

Voltou ao Comando do Policiamento da Capital, o Coronel Sérgio, cargo que também exerceu quando fui Governador do Estado.

Parabéns e boa sorte, é o que desejo aos dois dedicados militares, no momento em que a segurança pública vive uma crise gigantesca e reina descontrole nas instituições as quais o assunto está afeto.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

A frase do dia


É tempo de São Francisco, é tempo de peregrinar, é tempo de Canindé. Por isso, é oportuno prestar atenção em suas lições. Segue uma das inúmeras que nos legou:

Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e, de repente, você estará fazendo o impossível.

São Francisco de Assis

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Eric Hobsbawn


O historiador inglês Eric Hobsbawn (foto: Eduardo Martino), aos 90 anos, continua lúcido e de esquerda. Em entrevista à "F. de S. Paulo", de 30/09/07, prevê o fim do império americano e afirma que as idéias não viajam de tanques, e que o mundo é hoje muito complexo para ser dominado por um único país.

O império não permanecerá, diz ele, porque as fragilidades da economia americana vão requerer mudança de prioridades para atender às questões internas. Ressalta que valores não são impostos a outros povos pelas armas. Argumenta com o exemplo francês, apontando a difusão das idéias da Revolução Francesa por todo o mundo e o fracasso gaulês, quando tentou impor-se pelo poder militar.

O império pode acabar, admite Hobsbawn. Como, aliás, acabaram todos. Só não se sabe é quando. O que não tem fim mesmo é a história, como imaginou um pretencioso acadêmico americano, de nome Francis Fukuyama, salvo engano.

A Bélgica em perigo


Desde as eleições de junho, a Bélgica não consegue organizar um novo governo.
Divididos em torno de rivalidades lingüísticas e regionais, os belgas correm o risco de verem o jovem País, data de 1830, definitivamente fragmentado.
Temendo isso, belgas se mobilizam em torno da unidade nacional sob o mote: "Três línguas, uma alma, uma Bélgica".
Apesar de tudo, o País funciona normalmente.

Demissão

O Senado demitiu a curto prazo o Ministro do Longo Prazo.

Brincadeira à parte, a decisão não cabia. Quem define a estrutura administrativa do Poder Executivo Federal é o Presidente da República.

Imagine se o Presidente se imiscuisse na organização da administração do Senado. O que houve ali foi a junção da intolerância da oposição com a insatisfação de aliados.

Acendeu a luz amarela no Governo.

A frase do dia

Sonhar é acordar-se para dentro.

Mário Quintana