A consciência é o melhor livro de moral, e aquele que menos se consulta.
Blaise Pascal (1623-1662), filósofo, físico e matemático francês.
sábado, 8 de setembro de 2007
Estatística

O fato das estatísticas em relação à violência mostrarem que a situação de Fortaleza, apesar de não ser boa, é melhor que a de várias outras regiões metropolitanas, incomodou muita gente. Acusações de manipulação de dados não se sustentam por absoluta falta de comprovação. Os dados continuam a ser colhidos da mesma forma e, basicamente, pelas mesmas pessoas.
Podem falar sobre a correção dos procedimentos no passado, o delegado José Nival, ex-superintendente da Polícia Civil, e o coronel Bessa, ex-diretor do Ciops, atualmente Secretário Adjunto de Segurança e Comandante da Polícia Militar, respectivamente.
O que se busca é uma tentativa de explicação para o fato do Ceará ter ficado fora do Pronasci, Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania, que elegeu para transferência de recursos estados onde a situação é mais grave. Quer dizer, tem gente aqui torcendo para que a situação seja pior do que de fato é. Incrível!
Além disso, o fato das estatísticas revelarem um aumento do número de homicídios, em comparação com o passado, perturba os atuais responsáveis pela segurança pública. Para concluir, sugiro que os interessados consultem o "Mapa da violência dos municípios brasileiros", de autoria de Júlio Jacobo Waiselfisz, que não se valeu de nenhum dado fornecido pela Secretaria de Segurança do Ceará, e sim de informações do Datasus do Ministério da Saúde e do IBGE.
Podem falar sobre a correção dos procedimentos no passado, o delegado José Nival, ex-superintendente da Polícia Civil, e o coronel Bessa, ex-diretor do Ciops, atualmente Secretário Adjunto de Segurança e Comandante da Polícia Militar, respectivamente.
O que se busca é uma tentativa de explicação para o fato do Ceará ter ficado fora do Pronasci, Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania, que elegeu para transferência de recursos estados onde a situação é mais grave. Quer dizer, tem gente aqui torcendo para que a situação seja pior do que de fato é. Incrível!
Além disso, o fato das estatísticas revelarem um aumento do número de homicídios, em comparação com o passado, perturba os atuais responsáveis pela segurança pública. Para concluir, sugiro que os interessados consultem o "Mapa da violência dos municípios brasileiros", de autoria de Júlio Jacobo Waiselfisz, que não se valeu de nenhum dado fornecido pela Secretaria de Segurança do Ceará, e sim de informações do Datasus do Ministério da Saúde e do IBGE.
Explicação
Estive fora do ar alguns dias por problema de conexão com a internet. Não obstante reiteradas reclamações, até agora a velox não resolveu a situação. Estou usando uma solução provisória, para não interromper por mais tempo meu contato com os interessados nos assuntos que temos tratado neste blog. Desculpem, não foi falha nossa.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Para entender a crise da saúde
Muitas pessoas me indagam, como médico e político, as razões do caos que se implantou na saúde do Ceará. As causas são estruturais, agravadas pela conduta do Governo do Estado.
Algumas causas estruturais:
Do financiamento
Algumas causas estruturais:
Do financiamento
- Congelamento do valor do "teto" de recursos do SUS transferidos para o Estado, o qual não é reajustado ha vários anos.
- Baixo valor per capita estabelecido para efeito de cálculo dos valores repassados ao Estado. A quantia é menor que a de vários estados brasileiros.
- Congelamento da tabela de preços dos procedimentos. Não é reajustada há anos.
Da demanda
- A introdução de novas tecnologias e medicamentos onerando mais o sistema.
- O aumento da violência, congestionando hospitais e encarecendo o atendimento.
- O envelhecimento da população, com atenção mais custosa aos idosos.
Ações ou omissões do Governo do Estado:
- Instabilidade gerencial. A interinidade prolongada de gestores da saúde do Estado, inclusive diretores de grandes hospitais, produziu um clima de insegurança que afetou a gestão do sistema.
- O desmonte do programa "Saúde mais perto de você", que comprometeu seriamente o atendimento à população nos hospitais polos do interior e aumentou o fluxo de pacientes para Fortaleza.
- A redução dos gastos com saúde, inclusive do repasse aos grandes hospitais especializados de Fortaleza, causando desabastecimento, redução de horas de trabalho de profissionais da saúde e precarização do atendimento às pessoas.
- A não colocação em funcionamento da UTI do Hospital Geral de Fortaleza, deixada pronta pelo governo anterior.
- A não convocação dos profissionais aprovados em concurso público, apesar da notória carência da rede estadual de saúde.
Espero ter contribuído para que tirem suas próprias conclusões, indagando se vale a pena guardar dinheiro assim, CONGESTIONANDO HOSPITAIS E ENCARECENDO MEDICAMENTOS.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Reforma ortográfica

Entrou em vigor, oficialmente, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, firmado pelos países lusófonos em 1990. Ajudei a aprová-lo no Senado, acompanhando o parecer do saudoso senador Josafá Marinho. O objetivo é acabar com as diferenças ortográficas entre os países cuja língua oficial é o Português.
A cisão vem de 1911, quando o governo português fez, à revelia do Brasil, a primeira normatização oficial da língua portuguesa. Três países - Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Princípe - já ratificaram o acordo, o que tecnicamente enseja sua aplicação. Remanescem resistências em Portugal, de natureza cultural e econômica.
Tradicionalistas denunciam a "brasilificação" da língua, e editores resistem à alteração alegando gastos e com receio de perderem mercado.
Mas, afinal em que consiste a mudança? São basicamente alterações ortográficas: incorporação definitiva das letras w, k, y; eliminação do trema; supressão de acento nas palavras paroxítonas com ditongos em ei e oi (idéia,herói), no hiato oo (enjôo), e nas formas verbais crêem, lêem. Nos países que ainda a utilizam, está prevista a supressão da consoante muda (acção, director,húmido). Diminuem, mas não terminam, as regras para emprego do hífen.
As diferenças entre o português de Portugal e do Brasil não acabam, pois são sobretudo semânticas e léxicas. Se a nossa pátria é a língua portuguesa, como ensinou Fernando Pessoa, ela não é uma, são várias. Assim como um povo é que faz a pátria, dá-se o mesmo com a língua, para alem de regras geradas nos gabinetes acadêmicos.
A cisão vem de 1911, quando o governo português fez, à revelia do Brasil, a primeira normatização oficial da língua portuguesa. Três países - Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Princípe - já ratificaram o acordo, o que tecnicamente enseja sua aplicação. Remanescem resistências em Portugal, de natureza cultural e econômica.
Tradicionalistas denunciam a "brasilificação" da língua, e editores resistem à alteração alegando gastos e com receio de perderem mercado.
Mas, afinal em que consiste a mudança? São basicamente alterações ortográficas: incorporação definitiva das letras w, k, y; eliminação do trema; supressão de acento nas palavras paroxítonas com ditongos em ei e oi (idéia,herói), no hiato oo (enjôo), e nas formas verbais crêem, lêem. Nos países que ainda a utilizam, está prevista a supressão da consoante muda (acção, director,húmido). Diminuem, mas não terminam, as regras para emprego do hífen.
As diferenças entre o português de Portugal e do Brasil não acabam, pois são sobretudo semânticas e léxicas. Se a nossa pátria é a língua portuguesa, como ensinou Fernando Pessoa, ela não é uma, são várias. Assim como um povo é que faz a pátria, dá-se o mesmo com a língua, para alem de regras geradas nos gabinetes acadêmicos.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Canal do Panamá

Estima-se que estiveram presentes ao evento mais de 50 mil pessoas, entre elas o ex-presidente dos Estados Unidos, James Carter, em cujo governo deu-se a transferência da administração dos americanos para o Panamá.
O canal teve sua construção iniciada pelo francês Lesseps entre l880 e l889, que malogrou, depois de consumir enorme soma de dinheiro. Não fez o canal, mas introduziu uma palavra nova no vocabulário, panamá, sinônimo de desperdício, corrupção e desvio de recursos. Afinal, entre 1904 e 1914, os americanos concluíram a obra que viriam administrar até 1977.
Veja matéria completa sobre este assunto no jornal La Nación, da Costa Rica.
domingo, 2 de setembro de 2007
Para a reflexão do domingo
Todo homem que tem poder é tentado a abusar dele. Vai até onde encontra limites. Quem o diria! A própria virtude precisa de limites. Só pela disposição das leis o poder pode frear o poder.
Montesquieu, in "O espírito das leis"
Montesquieu, in "O espírito das leis"
Fé e ciência
"A ciência sem religião é aleijada, a religião sem ciência é cega."
Albert Einstein.
Está aí, na voz autorizada de um grande cientista contemporâneo, um bom começo para os descrentes na conciliação entre ciência e fé, razão e crença, refletirem com mais cuidado sobre o tema, antes de se renderem incondicionalmente à racionalidade científica.
A discussão é mais uma vez oportuna, no momento em que há um surto de lançamentos editoriais negando a existência de Deus.
Albert Einstein.
Está aí, na voz autorizada de um grande cientista contemporâneo, um bom começo para os descrentes na conciliação entre ciência e fé, razão e crença, refletirem com mais cuidado sobre o tema, antes de se renderem incondicionalmente à racionalidade científica.
A discussão é mais uma vez oportuna, no momento em que há um surto de lançamentos editoriais negando a existência de Deus.
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