
Em junho deste ano ocorreu, em Haia, a convenção sobre espécies ameaçadas de extinção, que incluiu entre outras, a caesalpinia echininata, o pau-brasil. Aprendemos, na escola, como a extração desta madeira pelos europeus para fabricação de tinta dizimou grande parte da Mata Atlântica.
A recente decisão teve impacto em outra indústria, a dos arcos de violino. Em l860, os irmãos Tourte descobriram as virtudes do pau-brasil, densidade excepcional, elasticidade rara, resistência na curvatura e inigualável capacidade vibratória. Com esses arcos extraordinários, a música invadiu as grandes salas de concerto.
80% dos fabricantes de arcos destinam, desde 2000, 2% de sua receita a um programa em favor do pau-brasil. A Itália é imbativel na fabricação de violinos, o maior símbolo disso é o Stradivarius; e a França triunfou com o arco, graças aos irmãos Tourte. Quer dizer, Paganini deve parte de sua fama ao pau-brasil, tambem conhecido como" bois de Pernambuc".
Inconformados, os franceses acusam a medida proibitiva de ser apenas uma manobra para que os países exportadores continuem vendendo impunemente outras espécies de madeira em risco de serem extintas.