quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Lusas II

1. Carteiristas
Viajando nos transportes públicos de Lisboa, leio o aviso cuidado com os carteiristas! Enquanto não chego ao destino, fico pensando: se quase ninguém mais usa carteira de cédulas, que esta seja uma profissão em extinção.

2. Carmen Miranda
O dia 9 de fevereiro marcou o centenário de Carmen Miranda. Portuguesa de Marco de Canavezes, levada para o Brasil aos dezoito meses de nascida, foi a primeira artista latino- americana a fazer sucesso nos Estados Unidos. Diz-se ter sido, à época, a atriz mais bem remunerada naquele país.

Acusada no Brasil de americanização, sempre lembrou que continuava a cantar em português. Nunca se recusou a receber brasileiro ou português, contrariando ordens do seu empresário, que a procurasse em seu camarim.

Faleceu aos 46 anos devorada pela fama, barbitúricos, amores e as tensões da carreira. Deixou suas mãos impressas na calçada fama de Hollywood, e é nome de rua em Los Angeles. Além de Aurora, que também cantou e fez filmes, tinha outra irmã, Olinda.

Segundo Ruy Castro, biógrafo de Carmen, esta, com o mesmo espírito descontraído de Carmen, era mais bonita e tinha melhor voz. Tuberculosa, foi enviada para Portugal, onde veio a falecer no sanatório do Caramulo, aos 23 anos. Teria sido ela a ensinar a irmã, a música e a faceirice que a fizeram famosa.

Era o destino a traçar os caminhos de Carmen. Jornais e televisão portugueses deram grande espaço ao centenário de nascimento da artista. A Cinemateca vai promover um ciclo de exibição de seus filmes. E em sua terra natal, além das comemorações aniversárias, implanta-se um museu em sua memória.

Saiba mais no Diário de Notícias, edição de 07/02/09.

3. Goya
A tela O Colosso, exposta no Museu do Prado, em Madri, onde está desde 1931, atribuida à Goya, teve esta autoria descartada, a partir de pesquisas realizadas por peritos, desde junho do ano passado. Uma das descobertas, foi a presença das iniciais A J no canto inferior esquerdo do quadro. O autor poderia ser Asensio Juliá, principal discípulo de Goya.

O Prado insiste em não assegurar a identidade do pintor da obra, pintada entre 1808 e 1812. Ao chegar ao Prado, foi logo tida como expressão máxima do Goya moderno, embora diferisse, em termos, de estilo e tema do restante de sua obra.

Se você, caro leitor, teve a felicidade de ir ao Prado, e se deslumbrar diante dela, não deixe de admirá-la por se ignorar seu autor. O anonimato não lhe subtrai a beleza.

Saiba mais no Diário de Notícias, edição de 27/01/09.

4.Violência
O Brasil pode ter acrescentado mais um item à lista de produtos de exportação. A polícia portuguesa suspeita de que um dirigente da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, foragido de uma prisão de São Paulo, esteja em Portugal para implantar o Primeiro Comando de Portugal.

Brasileiros ilegais têm sido detidos na busca de identificar-se o marginal. O alerta foi dado pela Interpol e Europol. As polícias dos dois paises trabalham em conjunto para esclarecer o caso.

Saiba mais no Diário de Notícias, edição de 10/02/09.

5. Universidades Portuguesas
Segundo o Ranking Web das Universidades do Mundo, feito pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), da Espanha, as universidades do Porto e do Minho estão entre as 300 primeiras do mundo. Na 271ª e 300ª classificações, respectivamente.

O critério classificatório considera as atividades científicas e a visibilidade que cada instituição alcança em face delas.

Saiba mais no Diário de Notícias, edição de 10/02/09.

6. Automóveis
Desde que saiu da linha de montagem, em 1908, o primeiro Ford T, o automóvel se associou indissoluvelmente à cultura americana. O fascínio deste ícone do século expandiu-se daí para o mundo, mas foi na matriz que se infiltrou, definitivamente, na cultura contemporânea.

Personagem assídua nos filmes, na música, na literatura, cenário de colóquios amorosos de adolescentes sôfregos, o automóvel entranhou-se de tal forma na vida cotidiana, que já não queremos deixá-lo para ver filmes, comprar hamburgueres ou sacar dinheiro em caixas eletrônicos. Para isso, inventaram-se o drive-in e o drive thru.

Virou objeto do desejo, a ser cavalgado na vertigem da velocidade, condenada a imobilidade no trânsito enfartado das grandes cidades ou a ataúde dos espatifados em corridas alucinadas.
É a morte que imortaliza. Vide James Dean e Airton Sena.

Modelos famosos tornaram-se objetos de culto, símbolos de poder, beleza, exemplos de desenhos industriais marcantes.

Pela primeira vez, a pátria do automóvel perdeu o posto de maior mercado mundial de carros. Em janeiro deste ano, os chineses compraram mais carros que os americanos. Foram 650 mil contra 790 mil.

Saiba mais no Diário de Notícias, edição 10/02/09.