domingo, 26 de outubro de 2008

Caro


A primeira tiragem do livro contemporâneo mais caro do mundo está esgotada. Foram 33 exemplares de Michelangelo - La Dotta Mano, escrito por seu amigo, o arquiteto e pintor italiano Giorgio Vasari, no século XVI. O livro integra a coleção Book Wonderful, da editora italiana FMR e assinala os 500 anos do início dos trabalhos do artista na Capela Sistina.

O custo de cada volume é de 100 mil euros. A capa, uma reprodução da escultura Madonna della Scalla, é de mármore de carrara, oriunda da pedreira Il Polvaccio, onde Michelangelo costumava adquirir material para suas obras. O veludo que a cobre é confeccionado em teares antigos e o papel empregado é de puro algodão e produzido a mão.

A presidente da FMR, Marilena Ferrari, disse que a iniciativa visa combater a ameaça de desaparecimento do livro impresso trazida pela internet. Do mencionado livro serão feitas mais duas tiragens de 33 exemplares cada.

A editora informou que planeja lançar mais dois títulos, o próximo em janeiro, sobre o escultor italiano Canova e o outro sobre a rainha francesa, Catarina de Medicis, com apenas cinco exemplares, que não serão vendidos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Dr. Lúcio:
O livro impresso não será salvo por iniciativas que o torne ainda menos acessível. Ademais, o livro digital (lido em tela)não é uma praga, mas apenas outra forma de fixação do texto. Ao contrário, o livro digital em áudio, afeta, a meu ver, de forma crucial os primados da escrita. Uma coisa, por exemplo, é ouvir um poema do Vinícius de Moraes, cuja linguagem em geral tende à reprodução da oralidade. Outra coisa, é ouvir um formalista, como João Cabral de Melo Neto. Em tudo isso, contudo, há um ganho substantivo: uma difusão mais ampla da literatura, dada a diversificação de meios.
Quando surgiu a televisão, houve quem decretasse o fim do rádio. Com o advento da internet, o fim da televisão. Mas o que se observa é um fortalecimento global do exercício comunicacional e, mais recentemente, uma convergência dos meios, que estão deixando de ser fluxos isolados, paralelos, para se tornarem cada vez mais complementares e não-excludentes.
Bem,pelo menos é esta a minha percepção.
- Ricardo Alcântara

Lúcio Alcântara disse...

Boas vindas ao blog Ricardo. Sua primeira contribuição foi boa e oportuna. Lúcio.